Operação da Polícia Civil prendeu um suspeito e apreendeu 20 toneladas de cabos furtados de energia e de telecomunicações em um estabelecimento na avenida General David Sarnoff, bairro Industrial, em Contagem.
No local foi encontrado e apreendido também um maquinário utilizado para triturar e separar o material, que era transformado em algo aparentemente lícito, além de cadernos com anotações da entrada e saída das mercadorias. As investigações continuam para identificar outros receptadores.
A apreensão foi feita na última sexta-feira (7) e divulgada nesta segunda-feira (10). O local do crime funcionava a portas fechadas e foi descoberto a partir de investigações da Polícia Civil. Quando chegaram no endereço, os policiais se depararam com funcionários trabalhando e com uma grande quantidade de material triturado e aguardando processamento. Os policiais acreditam que o suspeito preso é o maior receptador da região.
Segundo o delegado Rômulo Guimarães Dias, após receber o material furtado, o suspeito cortava os fios de cobre em pedaços de cerca de 20 cm e colocava o material em uma máquina de trituração e decantação, que separava o metal das partes plásticas.
“O interessante dessa investigação é que no local foi possível identificar a cadeia produtiva que esses elementos usam para desconfigurar o produto ilícito em um produto aparentemente lícito”, explicou o delegado.
Cadeia produtiva
Ao ser interrogado, o preso alegou que prestava um serviço intermediário no processamento para devolução do material às empresas de telecomunicação, mas não disse quais empresas integravam essa cadeia. No local, haviam cabos encapados com logo de empresas de telecomunicação e fios queimados, indícios claros de furto e armazenamento de material ilícito na avaliação da PCMG.
Em coletiva com a imprensa, o delegado Arthur Martins da Costa Benício, da 4ª Delegacia de Polícia de Contagem esclareceu que quando a prática é lícita, o material que é reaproveitado retorna para a própria empresa, sem passar pelo setor varejista.
O delegado ressalta que o roubo de cabos de cobre é prejudicial à sociedade, já que interrompe a transmissão de energia e telefonia de diversos órgãos públicos, além de interferir na prestação de serviços e até mesmo na iluminação pública.
Segundo a PCMG, a Receita Municipal também esteve no local e verificou que o estabelecimento nunca emitiu nota fiscal do serviço e não tinha alvará de funcionamento.
Os empregados que trabalhavam no local também foram conduzidos para a delegacia mas, após interrogatório foi constatado pelos policiais que eles não tinham conhecimento da ilegalidade do material.
As investigações continuam para identificar outros suspeitos envolvidos no esquema e possíveis empresas receptoras. O prejuízo financeiro estimado pela prática criminosa aguarda laudo pericial.