A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para apurar o que levou à ruptura do duto da Mina de Fábrica, da empresa Vale, em Ouro Preto, no dia 12 de março, possibilitando o vazamento de rejeitos de mineração no Rio da Prata, que corta a região dos Inconfidentes.
Na última sexta-feira (17), uma equipe da PC esteve no local da ruptura, realizando uma vistoria e constatando os elementos necessários para a apuração do fato. Os policiais civis, ainda, obtiveram os primeiros relatórios da mineradora sobre sua atuação para conter a emissão dos rejeitos nas águas do rio.
Ainda conforme a PC, as condutas e a eventual responsabilização criminal dos envolvidos serão analisadas diante das provas colhidas.
Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) informou que a Vale será multada, mas o valor ainda não foi definido.
A Semad destacou que houve aumento da turbidez nos mananciais afetados e os danos ambientais ainda estão sendo avaliados. No entanto, o órgão garantiu que não há risco para o consumo de água na região.
Já a Vale informou que o vazamento foi contido de imediato e os esclarecimentos aos órgãos ambientais foram prestados no mesmo dia. Todas as ações para mitigação já foram adotadas e as causas do evento estão sendo apuradas.
Próximo a Mariana
A mina de Fábrica fica apenas a 53 quilômetros em linha reta do local onde ocorreu a tragédia de Mariana, na região Central de Minas, em novembro de 2015, quando houve o rompimento da barragem de Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton.
Dezenove pessoas morreram no desastre e comunidades foram destruídas, com devastação de vegetação nativa e poluição da bacia do Rio Doce. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.
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