A Polícia Civil prendeu na manhã desta quinta-feira (7) um médico acusado de dopar e abusar sexualmente de pacientes durante cirurgias estéticas a laser, conhecidas como "gênesis". O caso aconteceu em Montes Claros, no Norte de Minas.

As investigações começaram em março deste ano quando uma estudante de 21 anos fez a denúncia à polícia. Ao fim do procedimento, ainda grogue, a jovem relatou um incômodo na vagina, além de perceber que uma pinta que tinha na virilha havia sido cauterizada, procedimento que não teria sido solicitado

Ao conversar com sua madrinha, que já havia passado pelo procedimento, ela foi alertada que a sedação não era necessária. Após ser examinada no Instituto Médico Legal, foi verificado o rompimento do hímen. A vítima era virgem. Uma prima da estudante relatou, durante as investigações, que era sempre sedada em todos os procedimentos realizados pelo médico e o mesmo incômodo na vagina foi relatado. Contudo, ela não chegou a suspeitar do abuso.

Em uma das consultas o suspeito afirmou ter verificado alterações hormonais na paciente e por isso a necessidade de verificar os órgãos genitais. O rompimento do hímen também foi detectado na segunda vítima.

“Vários indícios corroboram para as suspeitas contra o médico, uma vez que colhemos depoimentos que dão conta de que o suspeito não trabalhava acompanhado de assistentes ou enfermeiras e, ainda, tinha como hábito trancar a porta do consultório no momento das aplicações a laser”, informou a delegada responsável pelas investigações, Karine Maia Costa.

Ainda segundo a delegada, é possível que haja outras vítimas com o mesmo perfil. “Acreditamos que o suspeito escolhia as pacientes mais jovens para cometer os abusos, uma vez que parentes das vítimas identificadas, mais velhas, não foram dopadas”, completou.

O laser do tipo gênesis é utilizado em procedimentos de depilação definitiva.