Polícia indicia e pede prisão de cúpula da Samarco por rompimento de barragem

Hoje em Dia*
23/02/2016 às 15:22.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:32

(Renato Fonseca/Hoje em Dia)

Seis diretores e gerentes da Samarco, além de um engenheiro da VogBr, foram indiciados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, região Central de Minas. Ao concluir o inquérito, 99 dias após o maior desastre ambiental ocorrido no Brasil, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva de todos os acusados.

Para o corporação, Ricardo Vescovi de Aragão e Kléber Luiz de Mendonça Terra, diretor-presidente e diretor geral de operações, respectivamente, foram responsáveis pelo desastre. Atualmente, ambos estão licenciados da empresa para se dedicarem às próprias defesas.

Além deles, os funcionários da mineradora Germano Silva Lopes, gerente geral de projetos; Wagner Milagres Alves, gerente de operações; Wanderson Silvério Silva, coordenador técnico de planejamento e monitoramento; e Daviely Rodrigues da Silva, gerente de geotecnia e hidrogeologia e coordenadora de operações de barragens, foram indiciados. O engenheiro responsável pela declaração de estabilidade da barragem, Samuel Santana Paes Lourdes, da VogBr, também responde pela tragédia.

Eles vão responder por crimes contra a vida, o meio ambiente, a incolumidade e a saúde pública. Procurada pela reportagem, a Samarco ainda não se posicionou sobre o pedido de prisão da cúpula da empresa.

Ao apresentar o resultado do inquérito, nesta terça-feira (23), o delegado Rodrigo Bustamante, descartou que o rompimento teve relação com o abalo sísmico sentido no dia. "Por que casas da região não racharam? É uma incoerência essa informação". Ele destacou, ainda, que a previsibilidade de ruptura era "enorme".

Defesa

A Samarco lamentou o pedido de prisão de seus executivos e informou que considera "equivocados" os indiciamentos e as medidas cautelares de privação de liberdade. A mineradora disse que vai aguardar a decisão da Justiça para tomar as providências cabíveis.  "A empresa analisará cuidadosamente as conclusões apresentadas... e reitera que continua colaborando com as autoridades competentes".

Ruptura

O inquérito aponta que a ruptura aconteceu devido a um processo de liquefação, que ocorre quando o sedimento sólido reduz a resistência e passa a se comportar como se fosse liquido. Sete fatores teriam causado a falha.

A Polícia Civil informou que esse primeiro inquérito, sobre as circunstâncias da tragédia, foi instaurado um dia após o desastre. A conclusão só foi possível depois de três extensões de prazo concedidas pela Justiça.

 

Outro inquérito apura os crimes ambientais e licenciamentos da barragem Fundão. O prazo para conclusão termina no dia 22 de março.

Tragédia

Com o rompimento da barragem, ocorrido em dia 5 de novembro de 2015, o distrito de Bento Rodrigues foi devastado. Outros distritos e cidades também foram destruídos.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, mais 725 pessoas ficaram desabrigadas, 17 morreram e dois permanecem desaparecidos.

Aguarde outra informações

*Com informações de Renato Fonseca

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