Uma jovem de 20 anos morreu nesse sábado (12) após passar por dois procedimentos cirúrgicos em uma clínica especializada em cirurgia plástica localizada no bairro São Pedro, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte da paciente.
De acordo com a o ocorrência, a cabeleireira Edisa Soloni passou pelos procedimentos de lipoescultura e enxerto de silicone no glúteo na sexta-feira (11). Ela teria passado mal dentro da clínica, pouco tempo depois do procedimento. De acordo com a família, não havia médico no local no momento e uma enfermeira acionou uma ambulância, que levou a jovem para um hospital particular, onde ela morreu no dia seguinte. A causa da morte foi registrada como embolia pulmonar.
Indignação
Amigos e familiares foram até a porta da clínica na tarde desta segunda-feira (14) para protestar contra o médico que realizou o procedimento. Cerca de 50 pessoas participaram do ato.
“Está todo mundo indignado, porque ela não poderia ter passado por esses procedimentos dentro da clínica, mas, sim, em um hospital. O exame de risco cirúrgico dela indicou uma mancha no coração e que poderia fazer o procedimento, desde que fosse no hospital”, relatou Adriana Santos, amiga da vítima.
A jovem Edisa Soloni era muito conhecida no bairro da Serra, na região Centro-Sul da capital, onde morava e trabalhava. No Instagram, a cabeleireira tinha mais de 16 mil seguidores.
O Hospital Dia afirmou que possui alvará da Secretaria Municipal de Saúde para a realização de cirurgias plásticas e possui toda a infraestrutura necessária para internações de até 24 horas. "O médico cirurgião plástico responsável pelo procedimento é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e exigiu todos os exames pré-operatórios, que mostraram total condição da paciente em passar pelo procedimento. Diante das complicações inesperadas, todas as medidas necessárias foram realizadas em tempo hábil, transferindo a paciente consciente e alerta para o Hospital Felício Rocho", disse a assessoria do hospital, por nota.
O espaço afirmou ainda que "qualquer cirurgia, de pequeno ou grande porte, envolve risco cirúrgico, mesmo com pacientes totalmente saudáveis. Prestamos nossas condolências aos familiares e nos colocamos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos".
Procurado pela reportagem, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) informou que tomou conhecimento por meio da imprensa de óbito de paciente ocorrido após cirurgia, e que iniciará os procedimentos regulamentares necessários à apuração dos fatos. "Todas as denúncias recebidas são apuradas de acordo com os trâmites estabelecidos no Código de Processo Ético Profissional (CPEP), tendo o médico amplo direito de defesa e ao contraditório", afirmou o conselho.