TEÓFILO OTONI – A Polícia Civil de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, investiga a morte de um recém-nascido ocorrida logo após o parto, no Hospital Santa Rosália. O atestado de óbito atribui a causa da morte a uma insuficiência respiratória, que segundo os pais, foi provocada por negligência. O parto teria sido feito no quarto, por enfermeiras. “Puxaram pela cabecinha. Ele ficou todo machucado”, lamenta a mãe, a dona de casa Silvânia Pereira. Laudo da necropsia fica pronto na terça-feira (26).   A polícia foi procurada pelo marido da gestante, o pedreiro Arnor Lemes de Souza. Ele contou que assim que a mulher sentiu as dores do parto, na noite de quarta-feira (20), a levou para o hospital onde chegaram às 23h45. Por volta das 6 horas do dia seguinte, o bebê ainda não havia nascido. A mulher contou ao marido que no quarto, mesmo reclamando de fortes dores, não foi atendida e só quando o bebê começou a nascer, apontando a cabeça, é que chegaram três enfermeiras.   O parto teria sido feito por elas, na cama do quarto. O bebê morreu logo depois. O delegado regional em Teófilo Otoni, Alberto Tadeu, aguarda o resultado da necropsia para decidir se vai instaurar ou não inquérito policial. A polícia quer descobrir se existe conexão entre a morte e a suposta falta de perícia das enfermeiras e se era prerrogativa de um médico fazer o parto. O Conselho Regional de Medicina (CRM) será consultado sobre isso.   “Vamos analisar, entre outros, se houve excludente de ilicitude, a necessidade do parto ser feito naquele momento, se mãe e criança corriam riscos caso não fosse feito", explicou Tadeu, revelando que do contrário, as enfermeiras poderão responder por exercício ilegal da profissão e homicídio culposo (sem a intenção de matar). A direção do hospital informou, por meio de sua assessoria, que está ciente do caso e vai abrir sindicância para apurar os fatos.

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