A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para investigar o desaparecimento da mineira Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, desaparecida nos Estados Unidos desde abril deste ano. O caso foi denunciado pela família da jovem que mora em Perdões, no Sul do Estado. O caso ganhou notoriedade nos últimos dias após repercussão nas redes sociais. 

O delegado Pedro de Queiroz, responsável pelo caso, afirmou nesta quarta-feira (19) que já enviou ofício à Polícia Federal (PF) para reunir dados sobre os movimentos migratórios da jovem. Segundo o policial, a denúncia chegou à corporação no dia 19 de agosto. 

Conforme Queiroz, a família contou que a garota já morava no país há dois anos e havia retornado ao Brasil há seis meses para buscar documentos. "Em abril de 2022, retornou ao município de Perdões com o intuito de buscar alguns documentos pessoais. Data a partir da qual os familiares não tiveram mais qualquer notícia dela", detalha. 

A Polícia Civil afirma que está tomando "todas as providências" para elucidar os fatos que circundam o suposto desaparecimento. 

Caso 

O suposto desaparecimento de duas brasileiras, identificadas como Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, e Desirrê Freitas, de 26, ganhou repercussão nas redes sociais nos últimos dias. Relatos publicados em páginas criadas por familiares e amigos especulam que as jovens podem ter sido vítimas de uma seita, rede de prostituição ou tráfico humano. 

Desirré e Letícia deixaram o Brasil e foram morar nos Estados Unidos após promessas de trabalho da influencer e guru Katiuscia Torres, conhecida como Kate A Luz. Desde então, as meninas não fazem contato com a família. Fotos delas também foram encontradas em sites de prostituição americanos.

Entretanto, após os pais de Letícia divulgarem o suposto desaparecimento, Kate divulgou na última sexta-feira (14) um pronunciamento afirmando que as meninas estão bem, mas não querem falar com suas famílias, que seriam abusivas. 

A versão da guru foi confirmada em vídeos gravados pelas duas garotas. Letícia também apareceu em uma live com a guru. Após grande repercussão, a jovem também confrontou sua família em vídeos publicados no Instagram e acusou o próprio pai de abuso sexual.

Mas a ação não convenceu os internautas que começaram a afirmar que Letícia teria sido coagida, de alguma forma, a gravar os vídeos. Em relação às postagens em texto, foi levantada a suspeita de que as mensagens tenham sido escritas por Kat.

As páginas de Kate, Desirré e Letícia no Instagram foram desativadas. 

Pedido de 'ajuda'

Na última segunda (17) mais uma ação da mineira chamou a atenção dos internautas. Durante uma live, um seguidor pediu que ela mordesse o lábio caso precisasse de ajuda e, instantes depois, Letícia fez o sinal. Na transmissão, que contou com a participação de Kate, as duas ainda fizeram novos ataques aos pais da jovem. 

Nessa terça (18), postou um vídeo em que aparece com olheiras profundas e descabelada. Ela pede ajuda e afirma que conseguiu sair do cativeiro.

"Gente, eu quero a ajuda de vocês. Eu estou tentando falar e vocês não estão acreditando. Por favor, a Desirrê está em perigo. Eu consegui sair do cativeiro, mas a Desirrê ainda está lá. Eu vou tentar salvar ela", disse.

Yasmin Brunnet 

A mineira Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, desaparecida nos Estados Unidos desde abril deste ano, segundo informações divulgadas pelo pai da jovem, Cleider Castro Alvarenga, aparece em um site de prostituição que oferece o serviço de acompanhante em Austin, capital do Texas.

A tentativa de ajuda, no entanto, não foi bem recebida. Kat Torres ameaçou fazer "magia negra" contra a modelo. Em seguida, n mesmo vídeo em que Letícia aparece pedindo ajuda, divulgado nessa terça (18), a jovem acusa Yasmin Brunet de ser chefe de um esquema de prostituição que a havia sequestrado. 

A modelo se manifestou através dos Stories do Instagram falando que não vai mais comentar nada sobre o caso, além de informar que seus advogados estão tomando as devidas providências legais e cabíveis. 

Itamaraty 

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, disse que acompanha o caso. Por meio do Consulado-Geral do Brasil em Houston, o Itamaraty informou que tem conhecimento da situação e está em contato com as "autoridades policiais norte-americanas" que fazem a investigação do caso. 

"Aquela repartição consular permanece à disposição para prestar a assistência cabível às nacionais brasileiras e a seus familiares, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local", completou. 

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