Polícia prorroga inquérito que investiga intoxicações por dietilenoglicol em Minas

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
Publicado em 11/02/2020 às 18:08.Atualizado em 27/10/2021 às 02:36.

A Polícia Civil prorrogou o inquérito que investiga os casos de intoxicação por dietilenoglicol em Minas Gerais. Nesta terça-feira (11), mais uma pessoa que está sendo acompanhada pelas equipes de saúde foi ouvida pelos investigadores. É o 29º paciente ouvido pelos policiais desde o início das apurações, no dia 8 de janeiro.

Atualmente 34 casos estão sendo acompanhados pelo órgão, em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A polícia investiga se houve a intoxicação para, em seguida, apurar se houve responsabilidade criminal da cervejaria ou de terceiros para que as contaminações ocorressem. Seis pessoas já morreram e no corpo de uma delas a substância tóxica dietilenoglicol foi encontrada.

Com a prorrogação, já são 34 dias de investigações. Não há prazo para que o inquérito seja finalizado. As amostras de cerveja recolhidas nos tanques da Backer e de produtos da empresa química que produzia o monoetilenoglicol ainda estão sendo analisados pelo Instituto de Criminalística. O inquérito é conduzido pela 4ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, no bairro Estoril, região Oeste da cidade.

Outro entrave para a finalização do inquérito é a exumação do corpo de Maria Augusta de Campos Cordeiro, de 60 anos. Ela morreu em Pompéu, na região Central de Minas, em dezembro, mas só passou a ser acompanhada em 14 de janeiro, quando a família procurou a prefeitura da cidade, quando as notícias do caso repercutiram. A Justiça ainda não autorizou o pedido de exame no corpo solicitado pela Polícia Civil.

Nessa segunda-feira, familiares de vítimas com suspeita de intoxicação publicaram uma carta aberta acusando a cervejaria de negligência no suporte aos pacientes. "Até agora, mais de 30 dias da confirmação do caso e cinco dias depois do prazo estabelecido pelo Ministério Público, a Backer não prestou qualquer auxílio", diz o comunicado assinado.

Apesar de ter sido notificada pelo Ministério Público de Minas (MPMG) para custear as despesas envolvendo o tratamento de saúde das vítimas, a Backer não estaria, segundo os pacientes, dando apoio. "Nenhuma família foi respondida. Nenhum contato foi informado. Não está sendo prestada qualquer assistência", diz a nota.

Em nota, a Backer informou que "as tratativas feitas em conjunto com o Ministério Público Estadual estão sendo observadas na íntegra e todas as comunicações oficiais estão sendo formalizados perante a autoridade competente que está ciente do cumprimento dos atos pela empresa".

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