A polícia revelou nesta segunda-feira (27) que a rua onde a Emily Ketlem Ferrari Campos morava e foi vista pela última vez, em Rio Pardo de Minas, no Norte do Estado, era filmada por um sistema de segurança de uma loja de informática. Contudo, as imagens não gravaram o momento do desaparecimento da menina. Segundo o delegado Luiz Carlos Freitas Nascimento, a câmera só registrou imagens de um toldo do estabelecimento. Apesar das gravações não revelarem nada sobre sumiço da criança, a polícia deve ouvir nesta terça-feira (29) o proprietário da loja. Conforme o delegado, no dia seguinte ao desaparecimento de Emily Ketlem, uma pessoa teria ido até o estabelecimento para perguntar sobre as câmeras do sistema de segurança. "Além disso, queremos saber se o toldo foi abaixado propositalmente ou foi um acaso", completou. Ainda de acordo com Luiz Carlos, a polícia chegou até o proprietário da loja após o depoimento de uma nova testemunha que teria se apresentado espontaneamente à delegacia na semana passada. Essa mulher teria recebido uma ligação telefônica no momento em que teria visto uma determinada pessoa, que possivelmente pode ter relação com o sumiço da menina. No entanto, a polícia só poderá confirmar as informações quando receber o relatório de ligações telefônicas da testemunha na data do crime. A previsão é que o documento esteja nas mãos do investigador na próxima segunda-feira (3). Caso o horário em que a mulher afirma ter recebido a ligação e a sua localização sejam confirmadas, novas diligências serão realizadas e há possibilidade de que o mistério acerca do sumiço de Emily Ketlem chegue ao fim. Até o momento, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros já realizou buscas no rio Pardo, que corta a cidade, e em matas que ficam nas imediações da cidade, mas nenhum sinal da menina foi encontrado. O delegado informou ainda que nesta segunda-feira, os investigadores analisaram novamente o inquérito e algumas diligências foram feitas para sanar dúvidas encontradas em alguns depoimentos colhidos até o momento. Mas, conforme Luiz Carlos, nenhuma novidade foi descoberta. Inquérito Segundo o delegado, o inquérito sobre o desaparecimento de Emily já tem quase 500 páginas. No total, 50 pessoas já foram ouvidas e acareadas durante as investigações. Em entrevista anterior, Luiz Carlos Freitas Nascimento afirmou que “todo mundo é suspeito, até mesmo os pais, que são separados há três a quatro anos”. Emily teria recebido ameaças de pessoas próximas à família dela e essa pode ser uma das linhas de apuração para chegar até o paradeiro da criança. O sigilo telefônico dos suspeitos de terem desaparecido com a menina foi autorizado pela Justiça no último dia 16. O delegado Luiz Cláudio aguarda o envio da relação de ligações das operadoras de telefonia. Após analisar imagens de segurança, a polícia descartou a possibilidade de que a criança tenha passado por um posto de combustível e por um shopping de Montes Claros, após o crime. Desaparecida Emily Ketlem, que possui Transtorno de Déficit de Atenção (T.D.H.), sumiu enquanto brincava na porta de casa, no último dia 4, por volta das 17 horas, na avenida Padre Eurácio Giraldi, bairro Cidade Alta. Os pais da criança são separados e, no dia do sumiço, o pai havia deixado a menina na casa da ex-mulher por volta das 15 horas. Em seguida, viajou para a cidade de Taiobeiras, conforme relatou em depoimento à polícia. Desde então a menina não foi mais vista. Um carro preto teria sido visto rondando a residência no dia do crime. Na sexta-feira (17), Emily completou 8 anos, mas a festa que teria bolo de princesas acabou sendo adiada. De acordo com uma tia da menina, ela estava eufórica com a proximidade do aniversário e até a lista de convidados estava pronta. Como ainda está na fase de alfabetização, a garota pediu para que os parentes soletrarem os nomes dos amiguinhos que gostaria de convidar para a comemoração. A festa seria feita no no dia 12, coincidindo com o Dia das Mães.