Policiais afastados por venda de CNH em Formiga

Patrícia Scofield - Do Hoje em Dia
26/10/2012 às 06:41.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:34

(Lucas Prates)

A Justiça determinou, na última quinta-feira (25), o afastamento de oito policiais civis – um deles, já aposentado – lotados em Formiga, no Centro-Oeste de Minas, envolvidos em esquema de venda de carteiras de habilitação. Segundo o Ministério Público Estadual (MP), os integrantes do esquema cobravam de R$ 400 a R$ 4 mil para facilitar os exames de habilitação, inclusive para analfabetos ou semianalfabetos.

Entre os afastados está o delegado João Pedro de Rezende, ex-chefe do Departamento de Polícia Civil de Formiga, e o filho dele, o investigador Alexandre Clayton Rezende e sócio da Autoescola Sinal Verde – atualmente, CFC Formiga –, apontados como líderes do grupo, conforme publicado pelo Hoje em Dia em 27 de julho de 2011.

Foram denunciados, ao todo, 81 pessoas, entre policiais da banca examinadora, despachantes, instrutores dos centros de formação de condutores e agenciadores. A eles, foram imputados os crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, ativa e falsidade ideológica. No entanto, os policiais afastados continuarão a receber os salários, estimados em até R$ 3 mil. Eles também estão impedidos de se aproximar das testemunhas, sob o risco de serem presos imediatamente, acusados de tentativa de intimidação.

Por semana, eram realizadas 90 provas, mas não foi contabilizado o números de carteiras vendidas. “Havia até um pacote que a pessoa pagava, mas não precisava comparecer ao local do exame e depois recebia o documento em casa. É o chamado exame em pé”, afirma o promotor de Justiça Ângelo Ansanelli Junior, de Formiga.

Ele explica que pediu ao juiz Paulo César Augusto de Oliveira a prisão dos envolvidos, inclusive após ter sofrido “ameaça velada”, mas o magistrado optou pela alternativa sugerida pelo promotor, o afastamento.

O subcorregedor da Polícia Civil, Élder Dangelo, que participou das investigações junto ao MP, fez representação junto ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) para que as carteiras obtidas ilicitamente sejam cassadas. “Os documentos poderão ser submetidos a processo administrativo, porque são legais, mas obtidos por meios ilegais”, disse.

Leia mais sobre fraudes na venda de carteiras na http://177.71.188.173/clientes/hojeemdia/web/index.php

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