Policial civil é preso por suspeita de envolvimento na morte de jornalistas no Vale do Aço

Rosildo Mendes - Hoje em Dia
10/05/2013 às 19:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:35

Mais um policial civil investigado por envolvimento em 14 homicídios no Vale do Aço foi preso nesta sexta-feira (10), em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com esta prisão, já são sete policiais detidos, sendo um militar e seis civis. No entanto, um deles foi solto por determinação judicial, solicitada pela própria Polícia Civil.  Na última quarta-feira (8), durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, outros três homens foram presos por porte ilegal de armas. Paralelamente às investigações acerca dos homicídios, inclusive de dois jornalistas, a Polícia Civil prosseguirá com mudanças nas delegacias de Ipatinga. Três investigadores foram deslocados do 11º Departamento e passaram a reforçar a equipe da Delegacia Regional.    Ainda neste mês, a Superintendência de Investigação e a Polícia Judiciária devem designar mais um delegado para o município. Em abril deste ano, o chefe da Polícia Civil em Minas, Cylton Brandão, já havia substituído o então chefe do Departamento, delegado José Walter da Mota Matos, pelo delegado-corregedor Elder Dângelo, que acumula os cargos. Na mesma data, a delegada Irene Angélica Franco Silva Guimarães assumiu a delegacia regional, substituindo Gilberto Simão de Melo.    O objetivo das mudanças, segundo Cylton Brandão, é reestruturar e iniciar uma nova fase da Polícia Civil na região. A transferência dos policiais civis suspeitos de envolvimento em vários crimes é questionada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Durval Ângelo, que pede que o caso seja encaminhado à Polícia Federal, para que seja apurado com mais rigor. “As corporações não punem ninguém, transferem. É a maneira usada para para a correção e garantir que a poeira baixe”, alega Durval Ângelo.    Entenda o caso   No dia 8 de março, o jornalista Rodrigo Neto foi executado a tiros quando estava em um bar do bairro Canaã, em Ipatinga, no Vale do Aço. O repórter era especializado na cobertura de notícias policiais e durante sua carreira denunciou diversos crimes, inclusive envolvendo policiais militares e civis.   Segundo a Polícia Militar, ele saía de um churrasquinho na avenida Selim José de Sales, quando dois homens chegaram em uma motocicleta escura e atiraram em sua direção. A vítima foi alvejada na cabeça e no peito. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu a caminho do Hospital Márcio Cunha. Os executores fugiram e ainda não foram localizados ou identificados.   Já em 14 de abril, o fotógrafo Walgney Assis Carvalho foi morto com dois tiros em Coronel Fabriciano, na mesma região. Ele estava no bar Pesque Pague, no bairro São Vicente, quando foi atingido por tiros na cabeça e na axila. O autor dos tiros chegou no local em uma moto e usava capuz no momento do crime. Após disparar contra o fotógrafo, o suspeito fugiu com um comparsa em uma moto NX preta. A vítima era divorciada e tinha uma filha. Ele também prestava serviço para a Polícia Civil.   Os crimes levantaram a suspeita da ação de um grupo criminoso, com a participação de policiais, na região do Vale do Aço e motivou o deslocamento de investigadores da capital mineira para apurar os crimes. 

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