Enquanto a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) prevê a instalação de uma Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) no Aglomerado da Serra, com o objetivo de pacificar o morro, ao redor crimes violentos se multiplicam.
Na madrugada de sexta-feira (19), três carros foram incendiados na rua Herval, no bairro da Serra. Sob a lei do silêncio, moradores e comerciantes denunciam, com medo e sem se identificarem, o constante clima de insegurança.
O aumento da criminalidade, segundo eles, é provocado, principalmente, pela falta de policiamento. Moradora e proprietária de um salão de beleza, L.C. revela que os assaltantes não encontram resistência.
“O arrombamento de carros, por exemplo, acontece diariamente”, reclama a moradora, acrescentando que a polícia ocupa o aglomerado e se esquece do entorno.
Marido baleado
“Onde está a polícia?” . O questionamento é da empresária V.S.V., de 35 anos. Dona de uma loja de artigos esportivos na rua do Ouro, ela teve o estabelecimento assaltado quatro vezes. Na última ocorrência, o marido reagiu e foi baleado três vezes, mas sobreviveu.
“O que a gente percebe é um distanciamento da polícia. Viaturas quase não passam pelo bairro. Enquanto isso, agentes de diversas corporações ficam de prontidão no aglomerado, onde as ocorrências policiais são pontuais, o que demonstra a falta de estratégia”, protesta.
Na tarde de sexta-feira (19), a reportagem permaneceu por duas horas na rua do Ouro, a principal da Serra, mas nenhum carro da PM foi visto.
No limite
A aposentada G.A., de 62 anos, perdeu as contas de quantas vezes a residência foi saqueada. “Minha família está no limite. Colocamos o imóvel à venda e estamos procurando outro longe daqui”, diz.
Os Bombeiros informaram que os veículos incendiados – um Voyage, um Escort e um Fox – estavam estacionados. Ninguém foi preso.
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