Ao som dos tamborins

Por dentro da folia: saiba como 'funciona' a bateria de um bloco de Carnaval

Para fazer a alegria dos foliões, bateria começa a ensaiar meses antes; conheça os 'naipes'

Da Redação
portal@hojeemdia.com,br
08/02/2024 às 11:21.
Atualizado em 08/02/2024 às 11:21

Eles costumam arrastar multidões. Ou, mais modestos, fazem a alegria de alguns poucos - e animados - foliões em bairros mais afastados da região da avenida do Contorno, que delimita onde a maioria dos desfiles acontece em Belo Horizonte. São os blocos de Carnaval, regidos por uma bateria afiada, composta, principalmente, por diversos músicos amadores. E que boa parte vai estrear na avenida este ano.

O Hoje em Dia acompanhou o ensaio do 'Me Beija que Sou Pagodeiro', que pela primeira vez desde que foi criado, em 2014, faz dois desfiles na folia Um foi o tradicional, realizado no sábado antes da abertura oficial da festa. O outro será na avenida dos Andradas, que terá pontos de sonorização para ampliar e melhorar a acústica.

E quem faz a festa dos foliões é a banda que vai subir no trio elétrico, ao som da bateria. Foram quatro meses de ensaio. Seis encontros no total até o dia da primeira apresentação. E, de acordo com Matheus Brant, vocalista e fundador, entrou quem quis. Mesmo sem ter experiência.

A bateria tem 4 naipes - como são chamados os instrumentos: tamborim, surdo, xequerê e caixa. Em cima do palco, ao lado da banda, está Rafael Matos, regente da turma e responsável por deixar o som o mais harmônico possível, dando "o tom" para cada naipe. Embaixo, no meio da bateria, ele tem o auxílio de um monitor de naipe, que atua como se fosse um sub regente.

Vamos explica a função de cada um dos naipes, que têm um monitor próprio para orientar na hora de cada ritmo: axé, reggae, pagodão baiano, frevo e arrocha (este com músicas autorais do regente).

Turma do Xequerê (Hoje em Dia)

Turma do Xequerê (Hoje em Dia)

Xequerê e ganzá
São instrumentos bem agudos, responsáveis pelo "molho" da bateria. "O suingue está todo ali", destaca Rafael. O xequerê é produzido a partir de uma cabaça revestida com uma rede de miçangas e que, quando tocado, produz um som típico e que sustenta e preenche os intervalos rítmicos de um toque ou baque.

Turma do Tamborim (Hoje em Dia)

Turma do Tamborim (Hoje em Dia)

Tamborim
Tradicional instrumento musical de percussão, de origem africana, que consiste em um pequeno tambor de forma circular, com uma pele esticada em uma das extremidades. Ele é essencial para manter a cadência e a animação do grupo. O regente do "Me Beija" destaca que algumas pessoas que escolhem este naipe também tocam agogô.

Turma da caixa (Hoje em Dia)

Turma da caixa (Hoje em Dia)

Caixa
Rafael destaca que é um instrumento muito utilizado no Carnaval. É um tambor feito de madeira ou metal recoberto de membranas nas extremidades. Pode apresentar uma esteira de metal colocada em contato com a membrana inferior, que vibra quando a membrana superior é tocada por uma ou duas baquetas de madeira.

Turma do Surdo (Hoje em Dia)

Turma do Surdo (Hoje em Dia)

Surdos
Tum, tum, tum. O som do surdos é forte e marcante. Se dividem em 1, 2 e 3. Cada um tem um toque diferente e, juntos, são a base da bateria. São os instrumentos que fazem a marcação do tempo, o "chão da bateria"

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