(Colégio Nossa Senhora das Dores / Divulgação)
“O conhecimento liberta. Tenho 63 anos e quero fazer faculdade”. O depoimento é da aluna do segundo ano do ensino médio do curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA), Belkiss Neri Soares, que voltou para sala de aula depois de criar 4 filhos, nove netos e agurdar a chegada do primeiro bisneto.
Durante o dia, Belkiss trabalha como costureira e, à noite, pega um ônibus no bairro São Geraldo sentido Floresta, região Leste de BH, onde fica o colégio particular Nossa Senhora das Dores, que oferece ensino médio para alunos carentes gratuitamente.
Ela não perde uma aula. Quando chega em casa já passam das 23h. "Fico cansada, mas estou estou tão feliz", confessa animada.
(Arquivo Pessoal / Divulgação)
Só que, por falta de alunos, o projeto que beneficia Belkiss e vários outros adultos que e existe há mais de uma década, corre risco de fechar as portas. Com três salas com capacidade para cerca de 100 alunos, o curso está funcionando com aproximadamente 35 estudantes.
“É uma pena. O ensino é de qualidade. Os professores são os mesmos que dão aula para nossos alunos particulares. Depois da pandemia, a evasão escolar aumentou muito”, lamenta Cristiana Mesquita de Noronha, coordenadora pedagógica do EJA, no Colégio Nossa Senhora das Dores.
Inscrições
As inscrições para receber novos alunos foram prorrogadas até 25 de agosto, mas apenas 8 pessoas fizeram a matrícula para a primeira série até o momento. Cada ano letivo é feito em seis meses. Com o EJA, o aluno conclui o ensino médio em apenas um ano e meio.
“Estamos na torcida para que novos interessados venham fazer o curso. Mas, se continuar nesse ritmo, não vamos conseguir manter as turmas com tantas vagas ociosas. É triste. Temos vários ex-alunos que estão cursando ou já concluíram a faculdade”, relata Cristiana.
(Colégio Nossa Senhora das Dores / Divulgação)
Os interessados podem entrar em contato direto com a escola pelo telefone 3226-6993 ou pelo whatsapp 99554-2110. A idade mínima exigida é 18 anos.
“As pessoas me perguntam porque eu voltei a estudar aos 63 anos. Estar na sala de aula ampliou minha convivência social, me tirou da depressão, me fez sonhar com a faculdade”, conta Belkiss cheia de planos para o futuro.
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