Porto seguro para crianças enfermas: Cape oferece apoio também a familiares

Letícia Alves - Hoje em Dia
25/01/2015 às 08:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:47

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Quem vê a pequena Joana Mara Xavier, de 8 anos, não imagina que ela enfrenta tratamentos complexos contra a leucemia, diagnosticada em 2014.    Com sorriso espontâneo, a menina se diverte pela Casa de Acolhida Padre Eustáquio (Cape), no bairro São Luiz, região da Pampulha. A instituição atende gratuitamente crianças como Joana, que mora em outra cidade e não pode faltar à quimioterapia, e ainda é a única em Belo Horizonte a receber pacientes com doenças hematológicas.    “O pessoal aqui tem o maior carinho por nós. Quando precisa levar ao médico, tem táxi para ir e voltar. Se não fosse por eles, seria muito mais complicado”, relatou a mãe de Joana, Luzenir Maria da Silva, de 42 anos, destacando a dificuldade de deslocamento de Esmeraldas para o atendimento no Hospital das Clínicas.    Problema encontrado também por outras famílias que frequentam a casa. Atualmente, 41 crianças e jovens e os familiares deles estão hospedados no local, que conta brinquedoteca, biblioteca e playground, espaço preferido de Ana Beatriz Aparecida Sena Gomes, de 6 anos.    “Ela foi diagnosticada com um tumor entre a costela e o pulmão. Chegou a ficar muito mal e parou de andar. Com as sessões de quimioterapia, recuperou os movimentos”, contou a mãe de Ana, Sônia Sena Gomes, de 37 anos. Elas residem em Itabira e, antes do encaminhamento para a instituição, ficavam na casa de parentes. “Aqui a gente encontrou o apoio de que precisávamos”, disse Sônia, agradecendo a ajuda da Cape.    Doenças hematológicas   Se não fosse pelo acolhimento da casa, Rose Meire de Melo, de 37 anos, e o filho Thales de Melo Vicente, de 11 anos, teriam dificuldades para encontrar um lugar para ficar durante as consultas no Hospital das Clínicas.  Thales tem aplasia medular, doença hematológica que reduz a produção das células do sangue. Por causa da enfermidade, ele precisa de cuidados especiais.    “Ele não pode andar de ônibus e precisa de medicamentos caros. Um deles a Cape ajudou a conseguir na Justiça. O outro, que custa mais de R$ 35 mil por mês, estamos com uma ação para obter”, contou Rose.  Acompanhamento    A Cape não é apenas um lugar para ficar. A instituição oferece acompanhamentos psicológico, fisioterápico, nutricional e pedagógico durante o tratamento das crianças, jovens e familiares atendidos.    “É importante esse apoio. A enfermidade não pode limitar as experiências da infância. Os familiares também precisam ser atendidos, pois cada um enfrenta o problema de um jeito”, explicou a psicóloga da instituição, Paola Duarte. 

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