Praça 7 recebe a 4ª Marcha contra a LGBTfobia

Paula Bicalho
pbicalho@hojeemdia.com.br
20/05/2017 às 14:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:38

A Praça 7, em Belo Horizonte, foi o local escolhido para receber a 4ª Marcha contra a LGBTfobia, realizada por movimentos sociais da capital. O objetivo da manifestação é promover o diálogo e denunciar a discriminação e a violência por orientação sexual e identidade de gênero.

"Estamos na 4ª marcha contra a LGBTfobia de BH e região metropolitana, um evento que tem se fortalecido na capital como uma demanda da própria comunidade LGBT por um momento mais político de reflexão e luta pelos direitos e garantias da nossa comunidade", explica Ana Ester Freire, membro da Igreja da Comunidade Metropolitana, umas das organizadoras do evento. 

Desde 17 de maio de 1990, a homossexualidade não é considerada doença ou perversão pela Organização Mundial da Saúde. Mas os números da violência não param de crescer. Segundo dados levantados pelo Grupo Gay da Bahia sobre os homicídios em 2016, 343 LGBT foram assassinados no Brasil. A cada 25 horas um LGBT é barbaramente assassinado vítima da LGBTfobia.

Ainda segundo os dados, mais de 50% das mortes violentas de pessoas trans registradas no mundo acontecem no Brasil, e Minas Gerais foi o 5º estado que mais matou LGBT em 2016.

"A gente está falando de uma pauta de equidade, de direitos e garantias fundamentais, de representatividade junto da nossa propria constituição federal. E em especial, a gente tem hoje aqui uma pauta de despatologização das identidades trans, uma pauta prioritaria já que a transexualidade também precisa ser retirada do CID (Classificação Internacional de Doenças). É inaceitável que, em pleno seculo XXI, as identidades ainda não possam ser reconhecidas como direitos e garantias fundamentais", comenta Ana Ester. 

Para o estudante de direito e militante da Frente Autônoma LGBT, Gustavo Henrique Ribeiro, de 21 anos, só por meio da união entre os diversos movimentos e segmentos que a movimento conseguirá atingir o nivel de escuta que precisa. "O que mais falta é ser escutado, falar estamos falando sempre, mas a escuta tem faltado. Uma vez que a gente se une, constrói um movimento único e coeso, consegue ter força pra reivindicar nossos direitos de fato". 

A professora da rede pública, Sara Azevedo, de 31 anos, membro do coletivo Juntos!, acha que é preciso avançar. "Enquanto todo o movimento LGBT não for reconhecido como parte da sociedade, não sendo taxado de cidadãos de 2ª classe, e disputar o mesmo espaço na sociedade, as coisas não mudarão. Fazemos parte disso e queremos nossos direitos".   

A 4ª Marcha contra LGBTfobia foi organizada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual  de Minas Gerais - CELLOS-MG; CELLOS Contagem; Coletivo MOOCA; Coletivo Vulva; Conlutas; Conselho Regional de Psicologia da 4ª região; Frente Autônoma LGBT; Igreja da Comunidade Metropolitana; Levante Popular da Juventude; Rede de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de Minas Gerais; Sindess; Transvest; UNA-se contra a LGBTfobia; UNA LGBT e artistas diversos.

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