Praça da Liberdade se torna palco de solidariedade a mineiros e franceses

Hoje em Dia
15/11/2015 às 19:21.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:29

(THIAGO RICCI/HOJE EM DIA)

Um evento convocado pela Fundação Municipal de Cultural de Belo Horizonte e pela entidade sem fins lucrativos Aliança Francesa mobilizou doações a cidades e moradores atingidos pela tragédia de Mariana e, ao mesmo tempo, prestou homenagem às vítimas do ato de terrorismo na França. O ato reuniu neste domingo (15) cerca de 250 pessoas, conforme a organização, na Praça da Liberdade e conseguiu arrecadar principalmente água para distribuir ao longo das comunidades afetadas pela contaminação do Rio Doce.

"Um prazer e uma felicidade no coração ver essa mobilização. A cidade luz ficou escura na última sexta-feira. Precisamos responder mantendo a tolerância, o respeito multicultural e a acolhida a todos, sem discriminação", afirmou, comovido, o diretor da entidade, Pierre Alfarroba, que citou o próprio exemplo para ressaltar o respeito à diversidade. "Sou casado com uma nigeriana, tenho uma filha de 4 anos nascida no Egito e um bebê brasileiro" conta o francês que mora em Belo Horizonte há um ano.

Batizado de Vigília pela Liberdade, o ato foi realizado na Praça da Liberdade porque, segundo Alfarroba, é um ponto que une dois povos com os mesmos princípios. "Minas tem "liberdade" na bandeira assim como temos no nosso lema (Liberdade, Igualdade e Fraternidade, lema da Revolução Francesa".

A Fundação Municipal de Cultura enalteceu a espontaneidade do ato. "Organizamos tudo no sábado e conseguimos mobilizar um número considerável de pessoas. Não devemos nos comover por uma ou outra tragédia, mas por todas. É também é importante ter em mente que não é só Mariana que precisa de donativos, mas todas as localidades afetadas pelo desastre", diz a porta-voz da fundação, Mariana Lacerda.

Enrolado em uma bandeira francesa, um dos participantes do eventos foi Carlos Francisco Lobato, cuja namorada é francesa. "Morei dois anos na França e vim aqui por dois motivos. Apoiar os franceses e pedir punição aos gestores que permitiram essa tragédia em Mariana. Eles são criminosos ambientais", afirmou.

  Cerca de 250 pessoas passaram pela Praça da Liberdade / Crédito: Thiago Ricci

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