"Pré-condenação" pode influenciar julgamento do goleiro Bruno, afirma advogado

Pedro Rotterdan - Hoje em Dia
04/03/2013 às 06:46.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:32
 (Alex de Jesus)

(Alex de Jesus)

“O julgamento já começa com o placar de 2 a 0 para a acusação”. A afirmação é do procurador de Justiça aposentado e advogado criminalista Antônio Francisco Patente, com relação a situação de Bruno Fernandes e Dayanne Souza a partir desta segunda-feira (4), no Fórum de Contagem.

As condenações de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e de Fernanda Gomes de Castro, em novembro do ano passado, são, na avaliação do criminalista, o primeiro “gol” contra o goleiro. O segundo seria um possível juízo de valor popular pré-condenando os réus, que pode contaminar os jurados.

Patente tem experiência em casos emblemáticos, como a morte do promotor Francisco Lins do Rêgo e a “Chacina de Unaí”, sempre na acusação. Para ele, a lógica seria a condenação de todos os envolvidos, uma vez que Macarrão e Fernanda já estão cumprindo as penas.

“Esse ponto, com certeza, deve ser abordado pelo promotor e assistentes. Mas tudo vai depender da atuação de cada uma das partes envolvidas para provar aos jurados se os réus são ou não culpados. Um julgamento com júri popular pode mudar tudo”, diz.

O ex-procurador lembra que os jurados já devem ter algum tipo de opinião sobre o caso. “A causa moral, nesse julgamento, pertence à vítima, tornando os réus praticamente condenados. Se eles forem arrogantes durante o julgamento, a situação deles pode piorar”, observa.

Estratégias

No domingo (3), José Arteiro Cavalcante, assistente da acusação, descartou o uso da tal “arma secreta”, uma testemunha que, segundo ele, poderia mudar o rumo do júri. Não houve tempo hábil para inclusão de mais depoimentos.

A testemunha misteriosa seria Andrea Rodrigues, suposta amante de Macarrão. A mulher teria ganhado de presente dele um par de brincos que seria de Eliza.

A defesa do goleiro aposta em apontar falhas durante a investigação e Patente não descarta surpresa vinda do advogado Lúcio Adolfo. “Ele é um profissional brilhante. Acredito que a defesa deve manter a negativa e dizer que se alguém cometeu o crime, foi sem o consentimento de Bruno”, diz.

Confira a galeria de imagens do primeiro dia do julgamento:
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