Precisa-se de mais técnicos: falta de profissionais aumenta remuneração

Sara Lira - Especial para o Hoje em Dia
Publicado em 26/01/2014 às 15:35.Atualizado em 20/11/2021 às 15:35.
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)
(Samuel Costa/Hoje em Dia)

Quando o estudante Fellipe Lima Torres, 16 anos, começou o ensino médio, procurou por um local onde pudesse fazer, ao mesmo tempo, um curso técnico. Além das disciplinas normais do ensino médio, o adolescente cursa também o técnico em informática. “Sinto que vou ter um diferencial quando me formar, pois já terei uma profissão. Saio do ensino médio já sabendo o que vou realizar”, diz. E o mercado demonstra que está precisando de mais pessoas assim, que decidam por uma formação técnica.

Com o aumento da oferta de vagas e da facilidade de acesso a instituições do ensino superior, muita gente tem optado por não seguir carreira técnica, o que resulta em uma carência de profissionais.

De acordo com o gerente de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Edmar Fernando de Alcântara, essa alta demanda, com pouca oferta de técnicos, têm provocado uma melhora na remuneração para essas ocupações.

“Hoje, os empreendedores têm dinheiro para investir, têm tecnologia, mas o gargalo está na mão de obra qualificada e a consequência disso é o aumento de salário de nível técnico”, explica.
Ele ainda exemplifica o porque da necessidade cada vez maior de técnicos.

“Um edifício em construção, tem de três a quatro profissionais de nível superior, mas pelo menos uns dez técnicos. Na área da saúde a questão também é gritante”, afirma.
 
Preparo
 
O diretor do colégio técnico Cotemig, Emerson Castro Rosa, completa que há vagas disponíveis no mercado brasileiro, mas a mão de obra não é qualificada.

“No Brasil, o número de estudantes que cursam ensino médio em conjunto com alguma forma de ensino profissionalizante é baixo em comparação aos países desenvolvidos. O profissional técnico é muito importante para o mercado pois ele ‘sabe como fazer’. Sua formação é teórica e muito prática, o que faz com que as empresas tenham menor investimento em treinamento e sejam mais competitivas”, destaca.
 
Expectativas
 
Felipe já faz estágio na área que estuda e espera ser contratado após a conclusão do curso.
“O técnico em informática atua em uma área muito boa porque atualmente percebemos que é o século da tecnologia, ela nunca vai regredir. Há muitas empresas que buscam esse tipo de profissional, então o setor tem futuro”, salienta.

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