Prefeitura de BH investe em praças da Zona Sul e abandona outras regiões

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
21/01/2013 às 06:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:49

(Ricardo Bastos)

Todos os cidadãos são iguais perante a lei, independentemente da condição social e econômica, certo? No discurso, pode até ser, mas a realidade em Belo Horizonte deixa clara a diferença de tratamento dada pela administração municipal e iniciativa privada às diferentes regiões da capital.

O Hoje em Dia mostra, a partir desta edição, uma série de reportagens sobre as disparidades na capital mineira. As condições das praças são uma prova evidente, embora os gestores públicos neguem, de que as áreas com população de melhor poder aquisitivo e mais influência política recebem mais e melhores equipamentos públicos, opções de cultura, lazer e serviços.

Na região Norte, um dos extremos. Na rua Doutor Benedito Xavier, no bairro Aarão Reis, há duas praças praticamente abandonadas. Uma, localizada em frente à igreja São José, está coberta pelo mato.

A babá Lucinéia Rodrigues, de 48 anos, acredita que o espaço poderia abrigar uma academia para a comunidade, mas se contentaria com uma boa limpeza. “Nosso bairro está sempre feio e mal cuidado”.

Na outra praça, na esquina com a rua da Pedreira, o cenário lembra um bota-fora. Em vez de bancos, um sofá velho abandonado, em meio a lixo e o mato alto.

Verba de sobra

Do outro lado da cidade, na Savassi (zona Sul), a famosa praça Diogo de Vasconcelos vive situação bem diferente: jardins bem cuidados, bancos e até fonte iluminada fazem parte de uma obra que custou mais de R$ 11 milhões aos cofres do Ministério do Turismo e da Prefeitura de Belo Horizonte.

A praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia (Leste), é outro belo espaço da cidade. Mantida pela iniciativa privada, foi revitalizada em 2010 por uma empresa de plano de saúde. Constantemente, recebe mutirões de limpeza e tem os jardins cuidados.

A iniciativa privada prefere adotar os espaços verdes na zona Sul, confirma a gerente de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Márcia Mourão. São locais de maior visitação e visibilidade, diz ela. “Mas o potencial de outras regiões também existe e deve ser mais explorado”.

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