Estoque de medicamentos vencidos, parte deles de tarja preta e fornecidos pelo Ministério da Saúde para serem distribuídos à população de Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha, foram encontrados na garagem da Casa de Passagem – abrigo que recebe moradores da zona rural atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no hospital da cidade.
O caso foi parar na polícia. Uma cópia do boletim de ocorrência será encaminhado ao Ministério Público e ao próprio Ministério da Saúde. Quarta-feira (9), o prefeito Gilson Ferreira da Costa (PPS) acusou administrações anteriores de manterem os medicamentos estocados na casa e ao alcance de crianças, adultos e gestantes.
“Ficamos surpresos quando chegamos na casa e encontramos tantos medicamentos que não podem mais ser usados”, lamentou Ferreira. De acordo com o prefeito, alguns dos remédios e materiais vencidos estão em falta nos postos de saúde do município, como as fitas para teste de glicose e fórmulas para tratamentos de xistose.
“Vamos informar a Gerência Regional de Saúde, em Teófilo Otoni, que nos auxilie a encontrar uma empresa especializada para fazer a destinação correta desse material e saber por que esses medicamentos não foram usados” afirmou o prefeito.
Impróprios
Segundo a chefe de gabinete da prefeitura, Viviane Barbosa, que está catalogando os remédios encontrados, além da Casa de Passagem, medicação imprópria para o consumo também foi encontrada no prédio onde funciona a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), na região central da cidade.
“São remédios para tratamentos de verminoses, alergias, xaropes e até vacina antirrábica. Não tivemos acesso ainda a todas as caixas, mas sabemos que tem material cortante que estava dentro de sacolas plásticas e já deveria ter sido descartado. Os produtos venceram entre 2007 e dezembro do ano passado”, informou Viviane.