Presa quadrilha que vendia vagas em vestibulares de medicina e Enem em Minas

Hoje em Dia
24/11/2014 às 09:32.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:08

Uma quadrilha especializada em venda de vagas em vestibulares de medicina e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi desarticulada pela Polícia Civil, nesta segunda-feira (24). Ao todo, 33 pessoas foram presas, sendo 11 integrantes do bando e 22 candidatos que faziam prova na Faculdade de Ciências Médicas em Belo Horizonte. O grupo, conforme a Polícia Civil, cobrava de R$ 70 mil a R$ 200 mil por vaga.   Intitulada de Operação Hemostase II, a ação é realizada em Teófilo Otoni, na região do Vale do Mucuri, e em Guarujá (São Paulo). Além dos detidos, já foram apreendidos carros de luxo, dinheiro e documentos que comprovam a fraude, como gabaritos de provas. A investigação, que ocorreu em conjunto com o Ministério Público (MP) de Minas, teve início há sete meses. As apurações preliminares apontam que a grupo fraudou o Enem em cinco estados.   Os dois suspeitos de liderar a quadrilha são mineiros e foram identificados como Áureo Moura Ferreira, que mora em Teófilo Otoni, e Carlos Roberto Leite Lobo, empresário que reside em Guarujá. Ambos foram detidos em Belo Horizonte, onde monitoravam os trabalhos na tarde desse domingo (23).    Entre os detidos há um policial civil de Minas, lotado em Governador Valadares, que estava em um dos carros da quadrilha e agora é considerado suspeito de integrar o grupo.   Segundo o Superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, delegado Jeferson Botelho, o policial civil dava suporte a dois médicos residentes, que também foram presos, apontados por serem responsáveis por fazer as provas e entregar o gabarito para que as respostas fossem repassadas, por meio de aparelhos de comunicação, aos candidatos.   Ao todo foram presos 11 membros da organização além de 22 candidatos que seriam beneficiados pela fraude. Segundo Botelho, a quadrilha adquiriu micropontos eletrônicos e um moderno sistema de transmissão de dados, importados da China, a um custo de US$ 200 mil. "Eles cobravam dos candidatos cerca de R$ 100 mil para fornecer o gabarito", disse o delegado.   No final da manhã desta segunda-feira, os candidatos detidos no domingo começaram a ser liberados da sede de uma promotoria em Belo Horizonte, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul, onde prestaram depoimentos desde a madrugada. Já os acusados de liderar a organização tiveram o pedido de prisão temporária decretado por cinco dias. O advogado Délio Granda, que representa os suspeitos de comandar o esquema, informou que aguarda decisão para saber se haverá pedido de prisão preventiva. "Pode acontecer, já que eles são apontados como supostos chefe da situação", disse.   Na casa de Áureo Moura Ferreira, em Teófilo Otoni, a polícia apreendeu dois carros e uma moto importados, aparelhos eletrônicos de escuta, computadores e documentos. No Guarujá, na casa de Carlos Roberto Leite Lobo, foram apreendidos aparelhos de escuta e provas de vestibulares. Os integrantes da organização podem responder por formação de quadrilha e fraude. Já os candidatos envolvidos no esquema, por fraude.   A direção da faculdade de Ciências Médicas informou que o vestibular não será cancelado. Segundo a nota da unidade de ensino, "com a prisão dos envolvidos, não houve qualquer prejuízo para o processo seletivo de 2015, não havendo, portanto, motivos para seu cancelamento".   Anteriormente, na Operação Hemostase I, a polícia já havia desbaratado uma quadrilha que também fraudava vestibulares de medicina. O caso foi repassado para a Polícia Federal.   * Atualizada às 18h58   (Com Agência Estado)

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