Primeira sessão do julgamento é suspensa com apenas uma testemunha ouvida

19/11/2012 às 20:01.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:25

  A juíza Marixa Fabiane suspendeu por volta de 19h35 a primeira sessão do julgamento do goleiro Bruno Fernandes e seus comparsas no desaparecimento e morte da ex-modelo Eliza Samudio.   A única testemunha ouvida nesta segunda-feira (19) ficará retida por solicitação do promotor Henry Vasconcelos de Castro. Com isso, Cleiton Silva Gonçalves seguirá do Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para um hotel, onde ficará à disposição da Justiça.   Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a testemunha ficará retida até o depoimento da próxima testemunha de acusação, João Batista. Se achar necessário, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues pode solicitar uma acareação entre as testemunhas.   O julgamento está previsto para retornar na terça-feira (20), a partir das 9 horas.   Depoimento   O ex-motorista do goleiro, Cleiton Silva Gonçalves, foi o único a prestar depoimento nesta segunda-feira e confirmou ter ouvido da boca de Sérgio Rosa Sales a declaração de que "Eliza já era" e que o corpo dela havia sido jogado para cães.   Cleiton ficará retido, por solicitação do promotor Henry Vasconcelos de Castro. Com isso, Cleiton Silva Gonçalves seguirá do Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para um hel, onde ficará à disposição da Justiça.   Mas o depoimento de Cleiton foi questionado pela defesa de Bruno. O advogado Rui Pimenta disse que a fala do ex-motorista não ajuda nem a defesa nem a acusação. Ainda segundo Pimenta, Cleiton apresentava sinais de embriaguez.“Estou ficando ao lado dele. O cheiro etílico é evidente. Ele fala que não sabe de nada e que só ouviu falar de algumas coisas”, disse.    A juíza Marixa Fabiane chegou inclusive a perguntar se a testemunha bebeu e se estava alcoolizada, mas Cleiton negou. "Ele está em perfeita consciência", concluiu a magistrada.   O julgamento   O primeiro dia de julgamento do goleiro Bruno Fernandes e outros quatro réus foi marcado por atrasos e impasses. A sessão desta segunda-feira começou com um atraso de três horas. Marcado para iniciar às 9 horas, o julgamento só teve início ao meio-dia.   Logo no início, a juíza Marixa Fabiane concedeu aos advogados 20 minutos para que cada um deles fizesse uso da palavra preliminarmente. Porém, alguns não concordaram com esse tempo e, por causa disso, os defensores do ex-policial civil, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, deixaram o plenário e abandonaram o caso. Dessa forma, o julgamento foi novamente desmembrado e o ex-policial deve ser julgado separadamente. Bola tem um prazo de dez dias para conseguir um novo advogado.
O advogado Leonardo Diniz, que defende Luiz Fernando Romão, o Macarrão, também ameaçou deixar o júri, mas acabou voltando atrás e retomando a defesa do réu. Por volta das 16 horas, Macarrão, considerado o braço-direito do goleiro Bruno, acabou deixando o plenário do Fórum de Contagem após sentir um mal-estar. Ele foi levado de volta para a Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria.

Por volta das 16h30, ficou conhecido o Conselho de Sentença que definirá se os réus serão condenados ou absolvidos. Composto por seis mulheres e somente um homem, o conselho foi escolhido pelos advogados de defesa dos acusados e pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro.   Acusações   Quatro réus estão sendo julgados pelo desaparecimento e suposta morte da modelo Eliza Samudio. O goleiro Bruno Fernandes de Souza, apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime, é acusado de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, além de ocultação de cadáver. Seu amigo e braço-direito Luiz Fernando Romão, o Macarrão, responde pelos mesmo crimes de Bruno.   Já Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro, e a amante do atleta, Fernanda Gomes de Castro são julgadas por sequestro e cárcere privado.   O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o executor do assassinato, responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Com a decisão de seu advogado, Ércio Quaresma, de abandonar o julgamento, Bola não será julgado com os demais réus e uma nova data será marcada para o júri do réu.

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