Primo de Bruno pode ter deixado o centro socioeducativo

Pedro Rotterdan - Do Hoje em Dia
24/09/2012 às 21:26.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:33
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

Jorge Luiz Rosa, de 19 anos, primo do goleiro Bruno Fernandes e uma das peças chaves do caso envolvendo o desaparecimento e morte de Eliza Samúdio, pode ter deixado o centro socioeducativo em que estava preso, no bairro Horto, região Leste de Belo Horizonte nesta segunda-feira (24). Ele estava detido desde julho de 2010 e em agosto do mesmo ano recebeu a sentença de que deveria ficar recluso durante três anos, com revisão da pena de seis em seis meses. O jovem cumpriu dois anos e três meses. Como foi incluído no Sistema Nacional de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) não pôde confirmar a informação. Segundo a assessoria do órgão, como ele é uma das peças fundamentais, qualquer informação sobre o paradeiro dele deve ser mantida em sigilo.   Procurado pela reportagem do Hoje em Dia, o advogado de Jorge, Eliézer Jonatas de Almeida, disse que não foi comunicado de nada. “Estou em Salvador. Ninguém do meu escritório me procurou para falar se ele foi ou não liberado. Recebi essa informação da imprensa e não sei dizer se é verdade”, disse.   Jorge foi o principal responsável pela descoberta do caso. Ele morava no Rio de Janeiro quando procurou a polícia para falar sobre o desaparecimento de Eliza. Jorge deu os detalhes sobre como Bruno, Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", teriam agido no dia em que a ex-modelo foi morta.   Na época, ele contou que, depois de manter Eliza na residência na capital fluminense, ajudou a levá-la para o sítio em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, último lugar onde a jovem foi vista. Em seu depoimento, o então adolescente disse que agrediu a vítima com uma coronhada no carro em que foram encontrados vestígios de sangue de ambos e alegou ainda ter visto "Bola", matar a jovem e jogar partes de seu corpo para os cães que mantinha em casa. Posteriormente, o rapaz tentou negar as informações, até ser obrigado e cumprir pena socioeducativa de três anos.   Eliézer pediu a medida protetiva para o rapaz de 19 anos depois que outro primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, foi morto a tiros, no mês passado, próximo a casa onde vivia com a família no bairro Minas Caixa, Região Noroeste de Belo Horizonte. Ele era o único acusado de envolvimento no sequestro, cárcere privado e assassinato de Eliza que aguardava o julgamento em liberdade. A Polícia Civil mineira já concluiu as investigações sobre o crime e afirma que a execução não teve relação com o caso do goleiro.

Entenda o caso   O ex-goleiro Bruno, que seria amante de Eliza Samudio, é acusado de encomendar a morte da modelo. O atleta, o amigo dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", o primo Sérgio Rosa Sales - que foi assassinado no dia 22 de agosto - e Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", respondem aos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.   Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha"; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado. O julgamento que definirá o futuro dos acusados não tem previsão de ocorrer.   Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.

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