(EUGÊNIO MORAES)
“Tudo vai dar certo. Tenha muita força, estou torcendo por você!”. O recado é de Jorge Luiz Lisboa para o primo Bruno Fernandes, que começa a ser julgado nesta segunda-feira (4), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O jovem revelou, em entrevista ao Hoje em Dia, que não vai comparecer ao júri para o qual foi convocado, na condição de informante.
“Não tenho mais nada a dizer e não quero mais aparecer. Vou seguir minha vida”, alega Jorge. Ele cumpriu dois anos de medida socioeducativa após ser condenado por participação no desaparecimento e morte da ex-amante do goleiro, Eliza Samudio.
Depois de um tempo morando em local determinado pelo serviço de proteção à testemunha, Jorge resolveu dispensar o benefício e agora mora com a mãe em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Prestes a começar a trabalhar como lavador em uma empresa de turismo, o jovem, que completou 20 anos na última sexta-feira, garante ainda estar abalado com tudo o que aconteceu.
Sobre a participação do primo no crime, Jorge prefere não tecer mais comentários. Contudo, não retira nada do que disse sobre o assunto anteriormente, inclusive que seria impossível que o atleta não soubesse que Eliza seria morta. “Acredito que o Bruno vai falar alguma coisa no julgamento. O que eu tinha pra dizer, já falei”, afirma o rapaz.
Divergências
Quem acompanha a situação de perto, explica que as contradições de Jorge se devem à gravidade da situação em que ele foi envolvido. “Hoje a situação é outra, não está mais nervoso como antes e já é maior de idade. Agora, até antes de falar, ele pensa nas consequências”, diz o tio do jovem, José Carlos da Silva.
Jacaré, como é conhecido na família, foi o primeiro a falar sobre o crime em uma entrevista para uma emissora de rádio do Rio. Logo depois, Bruno e Macarrão foram presos ainda em solo carioca, em julho de 2010.
Segundo o tio, o nervosismo de Jorge o induziria a erros como dizer que não conhece Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, um dos réus no processo. “Eu mesmo acompanhei o garoto quando ele levou a polícia até a casa do Bola. Jorge não é íntimo dele, mas claro que sabe quem é. Ele tem muita coisa na cabeça, por isso acabou dizendo o contrário”, justifica José Carlos.
A pressão também teria levado a declarações distintas com relação ao que ocorreu dentro do carro do goleiro no Rio, quando Eliza foi agredida. “Por causa de uma discussão com o Macarrão, o Jorge deu uma coronhada na moça, mas a pistola estava sem o carregador. A gente sabe que não foi soco”, conta Jacaré, desmentindo o que o primo do atleta disse no último depoimento.
Contradições à parte, Jorge quer mais é recomeçar a vida. Sobre o futuro do primo famoso, promete acompanhar os detalhes só pela imprensa.
Confira a galeria de imagens do primeiro dia do julgamento:
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