Um professor da Faculdade de Medicina da UFMG é suspeito de cometer crimes de ódio, dentro e fora da instituição, especialmente por meio das redes sociais. A universidade apura o caso. O docente nega as acusações.
De acordo com as denúncias, os atos estariam sendo praticados há, pelo menos, dois anos. Em publicações compartilhadas nas redes sociais, o professor faz ameaças de violência física, declarações racistas, homofóbicas, transfóbicas, misóginas, perseguição política, assédio moral e sexual e incitação à desordem.
No Twitter, há publicações em que o suspeito pede fotos de mulheres nuas e até desencoraja a vacinação contra a Covid-19.
Em outros posts, ele ataca a vereadora de Belo Horizonte e deputada federal eleita, Duda Salabert (PSD), e o deputado federal reeleito por Minas, André Janones (Avante).
(Reprodução / Redes Sociais)
(Reprodução / Redes Sociais)
O que dizem as instituições
Por nota, a UFMG informou que está ciente do caso e que “vai tomar as providências cabíveis, por meio de processo administrativo disciplinar”.
A universidade observou que, desde 2016, o Conselho Universitário proíbe, expressamente, "todo preconceito ou discriminação contra pessoas, em função de sua orientação sexual lésbica, homossexual, bissexual ou identidade de gênero presumidas".
Nas redes sociais, a Faculdade de Medicina republicou a nota da UFMG e reiterou, dizendo que as afirmações do professor "não a representam em nenhum grau".
As instituições salientaram que os imunizantes disponíveis no país são eficazes contra Covid.
"A unidade esteve e se mantém ativamente participativa no enfrentamento a pandemia, inclusive com pesquisas e cooperação em desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19”,
diz trecho da nota.
(Reprodução / Redes Sociais)
Indignação
Nas redes sociais, diversos usuários cobram da UFMG e da Faculdade de Medicina uma medida mais rígida contra o docente, e que ele responda civilmente pelos ataques e ofensas.
Um dos internautas questionou: "mais um processo administrativo disciplinar? Saberiam nos informar quantos já se acumulam? (...) Vai dar em alguma coisa ou vai dar em nada como sempre? Pelo menos uma vez façam o certo".
Em outro post, um usuário ressaltou que "enquanto a @facmedicinaufmg e a @ufmg não agirem para responsabilizar esse indivíduo civilmente, ele continuará cometendo crimes em nome da instituição (...) Não podemos admitir que pessoas como essa continuem à frente da educação na nossa instituição".
O que diz o professor
Ao Hoje em Dia, o professor afirmou que não tem nenhum perfil no Twitter e que trata-se de uma conta falsa.
“Tive acesso a alguns prints atribuídos a mim que parecem, de fato, descabidos. (...) O conteúdo a mim atribuído é irregular e criminoso. Não sou autor de qualquer fala na plataforma pelo fato de não ser usuário”.
Disse ainda que a nota da Faculdade de Medicina é ilegal e que as acusações são “crimes contra minha pessoa, cuja motivação desconheço”.
O professor ainda afirmou que a nota não menciona nenhuma irregularidade interna. Ele que procurou a Corregedoria e Procuradoria da UFMG na condição de vítima.
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