Promotor comemora declaração de que Land Rover seria lavada com óleo diesel

Renata Evangelista - Do Portal HD
19/11/2012 às 21:48.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:25

(Eugênio Moraes/Arquivo)

O promotor Henry Wagner Gonçalves, responsável pela acusação dos réus no processo do sequestro e suposta morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, considerou como "excelente" o primeiro dia do processo. Segundo ele, o ponto alto do primeiro dia do julgamento foi a declaração de Cleiton Gonçalves da Silva de que a Land Rover que trouxe a ex-amante do atleta do Rio de Janeiro para Minas Gerais seria lavada com óleo diesel.

Na época do crime, em 2010, a perícia encontrou manchas de sangue de Eliza Samudio no veículo. Segundo o promotor, a intenção dos réus era apagar os vestígios. "Aquele veículo já havia passado por uma lavagem a água e as manchas de sangue não haviam sido removidas. Os acusados pretendiam com essa estratégia impedir que o sangue fosse constatado mais adiante", ressaltou.

O promotor confirmou que, se necessário, irá solicitar uma acareação entre Cleiton e a testemunha de acusação que será ouvida na terça-feira (20), João Batista. "Nesse depoimento, ele disse que Bruno o impediu de tomar banho na casa porque Eliza estava lá. E não era conveniente que as pessoas a vissem lá", disse. "Vamos apresentar aos jurados a tese de que ele (Gonçalves) teria cometido falso testemunho", observou.

Além disso, Henry Wagner Gonçalves comemorou o fato de o processo relativo ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola" ter sido desmembrado. Para ele, a defesa do réu usou uma manobra para tumultar o julgamento, mas a juíza Marixa Fabiane Rodrigues foi firme em sua decisão de deixar os defensores à vontade para saírem do caso. Com o desmembramento do processo, o promotor acredita que o veredito dos quatro réus possa ser conhecido ainda nesta semana, já que os trabalhos serão mais tranquilos.

Para ele, o fato do conselho de sentença ser composto de seis mulheres e um homem é um fato irrelevante e que não irá influenciar na sentença. "As decisões são guiadas pela inteligência e não pela emoção", disse.

Acusações

 Quatro réus estão sendo julgados pelo desaparecimento e suposta morte da modelo Eliza Samudio. O goleiro Bruno Fernandes de Souza, apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime, é acusado de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, além de ocultação de cadáver.

 Seu amigo e braço direito Luiz Fernando Romão, o "Macarrão", responde pelos mesmos crimes de Bruno. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro, e a amante do atleta, Fernanda Gomes de Castro, são julgadas por sequestro e cárcere privado.

 O julgamento, que já havia sido desmembrado pela justiça, já que dois acusados que também respondem pelos crimes ainda não têm data para sentarem nos bancos dos réus, sofreu novo desmembramento nesta segunda-feira. Isso porque o advogado de Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", apontado como o executor do assassinato, abandonou o julgamento e largou o caso.

 Com a decisão do advogado Ércio Quaresma, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues, que preside o caso, deu a "Bola" o prazo de dez dias para que ele arrume um novo defensor.

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