Promotor conclui réplica pedindo a condenação de Fernanda e "Macarrão"

Renata Evangelista - Do Portal HD
23/11/2012 às 17:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:33

O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse para os jurados que Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", confessou participação no assassinato de Eliza Samudio para ter benefício de redução de sua pena. "O 'Macarrão' confessou o crime não porque é bonzinho ou sua defesa o convenceu a ter um gesto de generosidade", falou o representante do Ministério Público (MP), na tarde desta sexta-feira (23), no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.    Henry Vasconcelos tomou a fala no julgamento após a apresentação dos argumentos da defesa. Agora, ele tem duas horas para tentar convencer o júri que os réus devem ser condenados.

Para o promotor, a confissão do réu foi "inteligentemente planejada". Mas o representante do MP não acredita que haja muda o resultado do julgamento, mesmo com a confissão de "Macarrão". "Não precisava da confissão pois temos provas suficientes para sua condenação", disse.

Henry Vasconcelos mostra e lê para os jurados parte do processo. Ele extrai a frase: "Bruno tá na hora", se referindo a "Macarrão" no momento em que ele levou Eliza para morrer. O promotor diz para o júri que o réu não tem nada de "bundão", como o próprio "Macarrão" disse que foi chamado pelo goleiro Bruno no dia do crime.   Além disso, ele falou que Sérgio Rosa Sales, primo do atleta que denunciou o crime, foi assassinado porque sabia demais. Segundo o promotor, a Justiça decretou a sentença de morte de Sérgio quando liberou sua saída da prisão. Na opinião de Henry, Sérgio foi colocado em liberdade porque estava sendo assediado por advogados dentro da prisão.

Mesmo com as críticas ferrenhas contra os réus, o promotor Henry Vasconcelos reconhece que "Macarrão" deve ter redução de pena por ter confessado "parte" do crime.   Sobre Fernanda de Castro, ex-namorada de Bruno que responde por sequestro e cárcere privado, o promotor defende a tese de que a ré sabia que Eliza seria assassinada. A absolvição de Fernanda seria injusta, avalia o promotor.

O promotor demostra que não se comoveu com a declaração de "Macarrão" quando ele disse que tem com medo de morrer. "Se ele está sendo ameaçado de morte não é por mim, não é pelo Bruninho, é por um dos réus", diz o defensor do MP. Além disso, ele disse que "Macarrão" foi falso ao chorar em plenário. "Ele é um crapula".
Sobre o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", Henry Vasconcelos voltou a dizer que ele é um matador profissional. "Aquele ali não deixa nem rabo", disse. Para os jurados, o representante do MP disse que "Macarrão" não citou o nome de "Bola" por medo. O ex-policial, segundo as investigações, foi o responsável por matar Eliza Samudio e desaparecer com seus restos mortais.

Por fim, o promotor clamou por Justiça. "Peço por Justiça. Peço pela condenação de Fernada. Peço pela condenação do "Macarrão" por todos os crimes atribuídos a eles", concluiu Henry Wagner.

Nos últimos dez minutos dedicados a réplica, o assistente de acusação Cidney Karpinsky tomou a palavra e tentou sensibilizar os jurados. Ele disse que Eliza Samudio tinha vários sonhos, mas que eles foram interrompidos com o crime brutal. "Quero estudar e criar meu filho", teria dito a ex-modelo em seu MSN. Ele ressaltou ainda que ela era uma pessoa responsável e digna na sociedade. Por fim, ele também pediu a condenação dos dois réus que estão em julgamento.
  Lúcio Adolfo, novo advogado do goleiro Bruno, que assumiu o caso na quarta-feira (21), está acompanhando o julgamento ao lado do também defensor do atleta, Francisco Simim.

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