Quem passou pela avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, na manhã deste domingo se deparou com um protesto que chamava a atenção para o aumento da quantidade de carne de cavalo em alimentos enlatados e embutidos no páis.
Segundo a organização do evento, a mobilização acontece porque, no início de junho, será reaberto um frigorífico em Araguari, no interior de Minas, cuja atividade se destina exclusivamente ao abate de cavalos.
Com a reativação do frigorífico, o Brasil passará a contar com três empresas do segmento. "Podemos enfrentar o mesmo problema que vários países da Europa, onde a população tem abandonado o consumo de carne por medo de comer carne de cavalo disfarçada de bovina", disse Carmen Amorin da Costa.
No início deste ano, autoridades descobriram que carne de cavalo era ilegalmente misturada e vendida como carne bovina em 13 países europeus. Com a reabertura do frigorífico, cerca de mil animais serão abatidos todos os dias, para a fabricação de salsichas, mortadelas e outros subprodutos como pincéis (feitos dos pelos da crina), segundo dados levantados pela ONG “Cadeia para quem maltrata os animais”.
Além de BH, outras cinco cidades - São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Taubaté realizaram neste domingo ações contra o abate de cavalos.
Carne equina é permitida por lei
No Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária permite a venda de carne de cavalo, mas o consumo é inexpressivo - 1% dos subprodutos dos equinos, segundo levantamento da entidade. De acordo com a ONG, outro fator que chama a atenção é a forma como o abate é feito. "O animal é atingido por um tiro de pistola de atordoamento que, muitas vezes, não o deixam completamente inconsciente. A seguir, ele é decapitado”, explica Carmen. Segundo ela, a intenção não é cuidar só de gatos ou cachorros, pois outros animais também merecem respeito e proteção.