Quadrilha de bicheiros que agia no Sul de Minas é denunciada pelo MPE

Hoje em Dia
11/12/2013 às 15:43.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:44

Seis pessoas acusadas de integrar uma quadrilha acusada de explorar o jogo de bicho e praticar crimes como lavagem de dinheiro, corrupção policial, falsidade ideológica e contravenção penal em Varginha, no Sul de Minas, e em São João da Boa Vista, em São Paulo, foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE). A investigação que resultou na denúncia começou em 2010 e reuniu boletins de ocorrências e termos circustânciados relacionados à exploração de jogo de azar em Varginha. O crime, conforme o MPE, era cometido por uma organização integrada de contraventores que vieram da cidade paulista. Lá, segundo as apurações, o grupo comandava o jogo ilegal há 20 anos. Ainda de acordo com a denúnica, o grupo possui estrutura definida e hierarquizada.   Nos últimos três anos, após diligências e apreensões de materiais ilícitos, o MPE constatou a exploração do jogo de bicho realizado pelos acusados. A materialidade do crime se comprovou pelo recolhimento de talonários e máquinas eletrônicas utilizadas nas apostas e laudos periciais anexados aos processos.   Ainda segundo o órgão, documentos apreendidos demonstram negociações de compra e venda de “bancas de jogo do bicho”, dos quais os valores evidenciam a lucratividade da atividade. Para o MPE, a organização pretendia continuar funcionando e expandir sua atividade para outras cidades do Sul de Minas e do interior de São Paulo.   De acordo com a denúncia, o crime de corrupção ativa ficou caracterizado pelo pagamento regular de propina a policiais, para que eles se omitissem de reprimir a exploração do jogo ilegal nas duas cidades e em diversas outras da região. Ligações interceptadas com autorização da Justiça revelaram instruções dos chefes aos cambistas da organização e o controle do pagamento das propinas.   Planilhas de movimentação bancária, gastos diversos, retiradas, investimentos, anotações diárias, notas promissórias, contratos de compra e venda de imóveis (lotes), recibos de IPTU, contratos sociais de empresas, certificados de registro de veículos, agenda com anotações de pagamentos e retiradas, e outros, foram anexados aos autos. Todo o material revela que os acusados receberam e  movimentaram, mensalmente, grandes quantias obtidas com a atividade criminosa.   Também um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostra que alguns dos acusados efetuaram movimentações financeiras incompatíveis no período de 2007 a 2012. As quantias eram “lavadas” por meio de estabelecimentos comerciais mantidos por eles.    Para ocultar e dissimular a origem dos recursos obtidos com as práticas criminosas, os envolvidos também adquiriram alguns bens imóveis através de “testas de ferro” ou em nome próprio.

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