Há pelo menos 20 anos ocorriam fraudes em vestibulares de Medicina de faculdades em Minas Gerais e Rio de Janeiro. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (19) durante coletiva da Polícia Civil sobre os desdobramentos da Operação Hemostase.
Conforme o delegado Fernando José Barbosa Lima, que presidiu o inquérito policial, foram cumpridos 21 mandados de prisão, sendo cinco de prisão preventiva. Ao todo, 36 pessoas foram indiciadas. Além dos vestibulares, a quadrilha também estaria fraudando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para isso, os envolvidos usavam celulares especiais que eram entregues aos candidatos na hora da prova e, para burlar os detectores, eles retiravam as partes metálicas dos aparelhos. Pontos eletrônicos também eram usados pela quadrilha. Já as respostas do Enem teriam sido conseguidas com um morador de Barbacena, que atuava como fiscal nos testes. Ele teria recebido pelo menos R$ 10 mil por dois cadernos amarelos com as respostas dos exames.
Estiveram presentes na coletiva o superintendente de Investigações e Polícia Judiciária, Jeferson Botelho Pereira; os delegados de Caratinga Fernando José Barbosa Lima e Luiz Eduardo Moura Gomes; o delegado federal regional de Investigação de Combate ao Crime Organizado, Paulo Henrique Barbosa; o chefe da Delegacia Federal de Combate aos Crimes Fazendários, Marinho Silva Rezende; e o coordenador de Operação da Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária, Luciano Vidal Ribeiro de Oliveira.