9 meses depois

Quase 1 ano após fechamento de aeroporto, comunidade discute situação do Carlos Prates na CMBH

Entre os pontos debatidos está a capacidade de a região de receber o projeto da prefeitura, que engloba a construção de um novo bairro, além de posto de saúde, escola e um parque

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 29/02/2024 às 17:21.Atualizado em 29/02/2024 às 19:42.
Audiência pública na Câmara de BH sobre o Aeroporto Carlos Prates, fechado desde maio do ano passado (Valéria Marques / Hoje em Dia)
Audiência pública na Câmara de BH sobre o Aeroporto Carlos Prates, fechado desde maio do ano passado (Valéria Marques / Hoje em Dia)

A destinação da área do Aeroporto Carlos Prates, que encerrou as atividades em 31 de maio do ano passado, voltou a ser tema de discussão na tarde desta quinta-feira (29). Durante audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, representantes de moradores e de profissionais que trabalhavam no local voltaram a pedir a abertura do aeródromo.

No dia 8 deste mês, houve assinatura de um acordo, durante a passagem do presidente Lula pela capital, para o repasse de 17% do terreno, que fica na região Noroeste, do governo federal para a prefeitura. A área ficará sob responsabilidade do município por 20 anos e será destinada ao Parque Público Maria do Socorro Moreira, cabendo à PBH a responsabilidade pelas obras.

Diretor da Voa Prates, associação criada para defender e evitar o fechamento do aeroporto, Marco Antônio Tonussi destacou que, desde maio do ano passado, mais de 1 mil pilotos deixaram de ser formados.

"BH destruiu um ecossistema de aviação. Fechou os segundo maior polo de formação de pilotos da América Latina, com cinco oficinas dentro. Deixamos de formar mais de mil pilotos, mais de 500 pessoas perderam o emprego diretamente. Destruímos por nada", reclamou. 

Fátima Silva, integrante da Associação do Bairro Padre Eustáquio, ponderou a respeito da segurança - já que a área está abandonada - e a falta de estrutura da região para abrigar o projeto da prefeitura, que engloba a construção de um novo bairro, além de posto de saúde, escola e um parque.

"Mudou muita coisa desde que o aeroporto fechou. Nos sentimos órfãos, virou um campo morto, sem manutenção nas encostas, gatos espalhando doença pelo bairro, aparecendo cobra e escorpião. Tenho 1m60 e o mato está mais alto que eu. Estamos vivendo um caos", denunciou.

"Não agradamos do projeto apreentado pela PBH, com 4,5 mil casas, muitos com prédios em cima de uma adutora. É inviável. A prefeitura está brincando conosco. Bairro não comporta uma obra desta. E para onde vai ser  jogado o esgoto destas 4,5 mil casas? Não existe condição de um bairro dentro de outro bairro. Construir UPA e parque é desculpa furada. Pedimos uma solução", completou Fátima.

Futuro da área

Polo de geração de emprego, renda e de capacitação de aeroviários, o aeroporto Aeroporto Carlos Prates foi fechado no início de maior do ano passado. A proposta de ocupação do espaço apresentada pela Prefeitura contempla a urbanização da área, com construção de moradias de interesse social e de equipamentos de uso coletivo.

Contudo, segundo o vereador Braulio Lara (Novo), que solicitou o debate, o plano da PBH tem sido feito de modo ilegal, sem ouvir todos os envolvidos e sem analisar o impacto do empreendimento para a região. Ele e outros 12 parlamentares assinam projeto de lei que muda a classificação de zoneamento da área correspondente ao aeroporto, atualmente classificada como Área de Grandes Equipamentos de Uso Coletivo (Ageuc), para Área de Grandes Equipamentos Econômicos (Agees).

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, foi convidado a participar da audiência pública, mas não esteve presente. O Hoje em Dia entrou em contato com a prefeitura a respeito dos questionamentos apresentados durante a reunião, mas não houve retorno.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por