(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)
Um dia após o prefeito Marcio Lacerda descartar a possibilidade de reconstrução de um viaduto na avenida Pedro I, na região da Pampulha da capital, o presidente da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) José Lauro Nogueira Terror afirmou que essa ainda é uma alternativa viária para a região. O elevado "Batalha dos Guararapes" caiu em 3 de julho, deixando dois mortos e 23 feridos. A informação foi dada após um encontro entre Ministério Público, Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e representantes da Cowan Construtora e Consol Engenheiros Consultores, que estavam à frente das obras do elevado Batalha dos Guararapes. A reunião foi a primeira tentativa de acordo entre os órgãos envolvidos no acidente de 3 de julho. O Ministério Público cobra das empresas o ressarcimento pelos danos causados com o acidente. O reembolso, no entanto, depende de uma definição do município sobre o que será feito no local. “A Sudecap pediu 30 dias para apresentar uma solução. Se optarem pela reconstrução, a Cowan e Consol devem custear a obras”, disse o promotor de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno. Caso contrário, as empresas terão que devolver aos cofres públicos cerca de R$ 10 milhões. Antes da conclusão, ressaltou José Lauro Nogueira Terror, há vários pontos a serem avaliados, inclusive o impacto de uma intervenção de grande porte junto aos moradores e comerciantes vizinhos do antigo viaduto. “A decisão cabe aos especialistas de trânsito da prefeitura e da BHTrans. A Sudecap apenas executará o que for definido”. Se não houver acordo, o ressarcimento pelos prejuízos provocados com a queda do viaduto serão cobrados judicialmente. Laudo O laudo da perícia técnica da Polícia Civil foi apresentado nessa segunda-feira (15) às empresas. O desastre, segundo o promotor Eduardo Nepomuceno, foi resultado de uma sucessão de falhas em todas as etapas de construção do elevado. O primeiro erro foi no cálculo do bloco de sustentação, que teve a quantidade de aço subestimada. Também foram constatados problemas no projeto, que não foi revisto pela construtora, tampouco pela Sudecap. Na execução da obra, foram feitas alterações sem anuência dos órgãos competentes. Além disso, rigores técnicos foram ignorados durante a retirada das escoras que sustentavam a estrutura.