Doença silenciosa, pouco divulgada e que mata 12 pessoas diariamente no Brasil, a hepatite C será combatida com maior rigor durante a Copa do Mundo. Aproveitando a grande movimentação de pessoas no país, a ONG “C Tem Que Saber C Tem Que Curar” organiza uma mobilização nas 12 cidades-sede do Mundial, incluindo a capital mineira.
Belo-horizontinos e turistas brasileiros e estrangeiros serão informados sobre os riscos da doença, as formas de transmissão, o diagnóstico e o combate por meio de 3,6 milhões de cartilhas informativas. Escritas em português e inglês, serão distribuídas em hotéis, pontos de táxi, restaurantes e aeroportos.
Diagnóstico
Uma das principais orientações é sobre o diagnóstico da doença, feito por meio de exame de sangue em laboratório ou teste rápido, semelhante ao que detecta diabetes. Ambos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bastando procurar uma unidade de saúde.
Segundo o presidente da ONG e idealizador da campanha, Chico Martucci, 95% da população mundial e 74% da brasileira ignoram ter a doença, que é assintomática. A falta de campanhas oficiais de prevenção também faz com que a maioria dos doentes só descubra a situação quando o fígado está bastante comprometido.
"Se a hepatite tiver ocasionado um quadro de cirrose hepática, somente um transplante de fígado poderá resolver. O problema é que, no Brasil, pacientes ficam cerca de cinco anos na fila à espera de um órgão e 95% morrem antes de conseguí-lo”, diz Chico.
Ele mesmo já lutou contra a doença. Contaminado em uma transfusão de sangue aos 15 anos, descobriu que estava infectado três décadas depois. Hoje, com 55, está curado.
Cuidados
Não há vacina para a hepatite C, por isso, a melhor forma de combate ainda é a prevenção. Conforme Giovanni Faria, médico, professor-adjunto da Faculdade de Medicina Botucatu (Unesp) e presidente da Associação Paulista para o Estudo do Fígado, é preciso evitar contato com sangue contaminado com o vírus.
“Faça o teste se você passou por uma transfusão de sangue ou foi transplantado antes de 1993, quando ainda não havia exames detectores de hepatite C no Brasil”, orienta.
O tratamento da doença é feito com remédios. A chance de cura é de 70%, podendo cair para 40% se houver cirrose hepática.
