Um dia após retomarem a greve – paralisação que deixou milhares de passageiros a pé na capital mineira pela segunda semana seguida –, motoristas de ônibus se reúnem hoje com os patrões na tentativa de fechar um acordo que encerre de vez o movimento. Até a realização do encontro, marcado para as 10h, os profissionais seguem mobilizados, o que pode significar pelo menos mais uma manhã de trânsito complicado, metrô sobrecarregado e muita espera por poucos coletivos nos pontos de embarque.
A audiência entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) e o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH) será intermediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Na última quarta-feira, o sindicato dos trabalhadores rejeitou a proposta de reajuste de 9% no salário e um aumento no pagamento adicional de função, que sairia de 10% para 20%. Os rodoviários pedem o retorno do pagamento do tíquete alimentação durante as férias e um intervalo máximo de 30 minutos entre as jornadas.<EM>
Reflexos
A mobilização da categoria esvaziou ontem os principais corredores viários da capital. Na volta para casa, à tarde, a circulação de coletivos ainda era pequena. D[/TEXTO]e acordo com a BHTrans, apenas 37,1% das viagens agendadas foram realizadas até as 16h desta quinta. Entre 15h e 16h, só 41% dos ônibus estavam rodando na cidade.
Em entrevista coletiva para anunciar um programa de inclusão digital, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) afirmou que não negocia reajuste tarifário enquanto a greve estiver em curso, acrescentando mais um ingrediente ao impasse entre o sindicato das empresas, Setra-BH, e o dos trabalhadores, STTRBH.
“A Prefeitura de Belo Horizonte não senta nem para discutir aumento no ano que vem enquanto estiver em greve. Não há nem mesa, nem diálogo. Nem pra aumento que está em contrato”, afirmou.
Durante o período de negociações entre SetraBH e STTRBH, a prefeitura manteve a postura de não interferir, alegando se tratar de um debate entre empregador e empregado. O Executivo da capital, ainda assim, participou da audiência no Tribunal Regional do Trabalho que suspendeu a paralisação dos motoristas na última terça (23).