Reunião termina sem acordo e greve dos rodoviários continua

Hoje em Dia
Publicado em 24/02/2014 às 19:25.Atualizado em 20/11/2021 às 16:15.
A greve dos rodoviários em Belo Horizonte continua nesta terça-feira (25). A reunião marcada pelo Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG) terminou sem acordo entre os sindicatos que representam a categoria na capital mineira, Contagem e Betim. na região metropolitana. Apenas representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) participaram do encontro. As lideranças do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) não compareceram, pois preferiram fazer rodada de negociação com a categoria na manhã desta terça-feira. Além disso, o assessor do sindicato, Edson Rios, informou que houve outro convite para reunião também nesta terça, no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, quando está prevista a criação de proposta de negociação.
 
O presidente do Sintram, Rubens Lessa Carvalho, afirmou durante o encontro que as negociações com a categoria estão avançadas, restando pendentes apenas os aspectos de salário, ticket, acertador e jornada de trabalho. “A demanda relativa à jornada é impossível de ser atendida, já que implicaria em custo imediato de 12% para as empresas”.
 
Ainda  conforme o Sintram, a escala mínima já está determinada por uma liminar concedida na medida cautelar. O sindicato profissional informou que não foi notificado da decisão da liminar e que vem cumprindo o percentual de 30% da frota, aprovado em assembleia.
 
De acordo com último boletim divulgado pela BHTrans, até às 18h30, 46% das viagens programadas haviam sido feitas. A Estação São Gabriel tinha 71,7% das linhas operando normalmente, mas as Estações Barreiro, Diamante, Venda Nova e Vilarinho continuavam 100% paradas. O órgão de trânsito ainda esclareceu que a greve afetou 430.978 usuários, em um total de 1,5 milhão de usuários diários.
 
 
 
 
Depredações
 
Pelo menos cinco veículos foram quebrados neste primeiro dia de greve, segundo o Setra-BH. Duas das ocorrências foram registradas no bairro Céu Azul, região da Pampulha, e no bairro Floramar, região Norte da cidade.
 
Greve
 
A decisão pela greve foi tomada durante assembleias realizadas na última quinta-feira (20). O sindicalista Ronaldo Batista disse que a decisão foi tomada após cinco reuniões com representantes do Sindicato dos Proprietários das Empresas de Ônibus sem que se chegasse a um acordo. “Durante todos esses encontros, as discussões não chegaram a lugar nenhum e os patrões não anunciaram nenhum índice de reajuste, o que levou os trabalhadores a pararem”, afirmou.
 
Reivindicações
 
Batista informou que os trabalhadores estão pedindo reajuste de 21,5%, redução da jornada de trabalho para seis horas (atualmente é de oito horas) e que o piso salarial para trabalhadores que vão atuar no sistema Move, da BHTrans, seja 30% maior do que o valor pago ao condutor do transporte convencional. O piso hoje é de R$ 1.585. Querem também o fim de dupla função para motoristas que são obrigados a fazer cobranças de passagens em veículos sem cobradores.
 
A assessoria de imprensa do Sindicato dos Proprietários das Empresas de Ônibus informou que, por enquanto, a diretoria da entidade não tem nenhuma posição com relação ao anunciado movimento dos motoristas, trocadores e fiscais. A mesma posição foi adotada pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), onde a assessoria de comunicação informou que não existia nenhuma posição sobre o assunto. 
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