Réus da "Chacina de Vespasiano" negam ter matado vítimas

Thaís Mota - Hoje em Dia
Publicado em 27/05/2014 às 17:20.Atualizado em 18/11/2021 às 02:45.
Em depoimento no I Tribunal do Júri do Fórum Lafayette em Belo Horizonte, os quatro réus da "Chacina de Vespasiano" negaram envolvimento no assassinato de quatro jovens entre 17 e 21 anos em fevereiro de 2012 no Conjunto Zilah Spósito, região Norte da capital mineira. Entretanto, três deles - Sting da Silva Rufino, Juliano Rodrigues de Souza, Robson Alexandre Ferreira Gandra - afirmaram ter ajudado no transporte dos corpos até uma estrada vicinal que liga a MG-010 à MG-424, em Vespasiano, na Grande BH.
 
Já Ronam Miranda da Silva garantiu não ter qualquer envolvimento com o crime. Ele afirma que emprestou seu carro para os demais suspeitos sem saber que o veículo seria utilizado para o transporte de corpos. Ainda segundo Ronam, ele só ficou sabendo do crime quando foi procurado pela polícia no dia 13 de março. Ao ser questionado porquê teria emprestado o carro, ele garantiu que costumava emprestar o carro aos conhecidos para transporte de material de construção. Ronam é o único dos réus que responde ao processo em liberdade.
 
Os réus também atribuíram a autoria do crime a um suposto traficante chamado Emerson e conhecido como 'Loco Abreu' que teria sido assassinado pouco tempo depois da chacina. Sting afirmou que os jovens foram mortos pelo traficante e outras seis pessoas que estavam no barracão onde aconteceu os assassinatos. Já Juliano garantiu que, além das vítimas, outras 12 pessoas estariam no imóvel na hora do crime. E Robson entrou em contradição pois disse que os jovens já estavam mortos quando chegou ao local e depois afirmou que eles estariam vivos. Todos eles garantiram que estavam do lado de fora do barracão apenas vigiando a entrada.
 
Mas o promotor Cláudio Maia de Barros afirmou que a simples presença dos réus do lado de fora do barracão já os qualifica como co-reponsáveis pelo crime. Além disso, o representante do Ministério Público afirmou que há provas de envolvimento de todos os réus com o tráfico de drogas e destacou um depoimento do processo em que uma testemunha coloca todos os acusados na cena do crime ao afirmar ter visto todos eles no barracão.
 
Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), as quatro vítimas foram mortas por estrangulamento em um barracão no Conjunto Zilah Spósito. Em seguida, os corpos foram abandonados junto a entulhos e restos de animais em uma estrada vicinal que liga a MG-010 à MG-424, em Vespasiano. Eles foram encontrados pela Polícia Militar, após uma denúncia anônima de que o local estaria sendo usado para desmanche de veículos.
 
Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Um quinto envolvido no processo, Paulo Henrique de Lourdes Silva, já foi julgado em setembro do ano passado e condenado a 75 anos e seis meses de prisão. Ele teve o processo desmembrado porque confessou participação na chacina e não teria recorrido da sentença de pronúncia.
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