Com o pouco volume de chuvas entre dezembro do ano passado e março deste ano, o percentual de água no solo em Minas Gerais é de apenas 15%, o que deveria ser verificado em agosto. O ideal agora, nesta época do ano, seria de 60% a 70%, segundo o meteorologista Ruibran dos Reis. Isso indica que a seca verificada acende o sinal de alerta para o risco de queimadas e incêndios florestais.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) prevê, pelo menos, R$ 18 milhões em investimentos na prevenção.
Serão adquiridos veículos equipados com kit motobomba, reservatórios de água adaptados para a carroceria de caminhonetes 4x4, arrendamento de horas de voo de nove aviões air-tractors (seis com capacidade para 1.500 litros de água e três para mil litros).
Somados a essa estrutura, o combate a incêndios florestais conta com dois helicópteros e um avião da Semad, além das aeronaves do Corpo de Bombeiros e polícias Civil e Militar.
“Temos ainda boas parcerias com bombeiros, voluntários, empresas e brigadistas de condomínios que são nossos vizinhos”, afirma o gerente do Parque Estadual do Rola-Moça, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Marcus Vinícius de Freitas. No ano passado, o parque foi um dos mais atingidos pelos incêndios.
Previsão pessimista
A baixa quantidade de água no solo pode antecipar o secamento da vegetação e o meteorologista Ruibran dos Reis diz que as chuvas do fim de março não são suficientes para mudar o quadro preocupante.
A gerente da Área de Proteção Ambiental Cochá e Gibão, em Bonito de Minas, no Norte do Estado, Helen Duarte Faria, não descarta a possibilidade de haver mais focos de incêndio, em relação ao ano passado, em função do tempo seco.
Outono Seco
O meteorologista Jorge Moreira, do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia, prevê seca até setembro, quando devem cair as primeiras chuvas significantes.
“Tivemos muita chuva em novembro e depois acabou. As precipitações foram irregulares entre janeiro e março. Deve chover pouco em abril e mais no final do outono, mas é algo que não vai mudar a situação”, diz.