Rodoviária clandestina funciona há dois meses no bairro Lagoinha

Celso Martins - Do Hoje em Dia
13/12/2012 às 06:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:28
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

Uma rodoviária com guichês de atendimento, sala de embarque com cadeiras onde os clientes têm acesso a TV e água e a comodidade de poder comprar as passagens, mais baratas, com cartão de crédito. Essa é a nova aposta do transporte clandestino para atrair passageiros.

A rodoviária foi montada na avenida Antônio Carlos, 719, no bairro Lagoinha, região Noroeste de Belo Horizonte, a 400 metros do Departamento de Investigações, a 700 metros da 21ª Companhia da PM e a um quilômetro do terminal gerenciado pela prefeitura, no Centro.

Na entrada não há placas informando o nome da empresa que mantém o “estabelecimento”, a CVA, com sede em Almenara, no Vale do Jequitinhonha. Um tanque de combustível instalado no pátio garante o reabastecimento da frota.

A CVA tem linhas para Ipatinga, Governador Valadares, no Leste do Estado, e para várias cidades do Norte de Minas e dos vales do Mucuri e Jequitinhonha. Os ônibus partem diariamente de Belo Horizonte, às 12h30.

Concorrência

As passagens são, em média, 40% mais em conta do que as cobradas por empresas autorizadas pelo DER-MG. Da capital para Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, o passageiro paga R$ 90 na CVA. Na Gontijo, o custo da viagem é de R$ 141.

A reportagem do Hoje em Dia conseguiu comprar uma passagem por R$ 50, para Ipatinga, com embarque no dia 26 de dezembro. O bilhete, de número 7.068, não traz o nome da empresa, mas foi emitido em nome de Ayrton Senna.

Na sede da empresa, o portão fica sempre fechado, mas os passageiros são orientados a entrar e a se dirigir até os guichês, onde há três atendentes. As passagens são vendidas com até 30 dias de antecedência.

Atuação
 
A rodoviária clandestina funciona há pelo menos dois meses na avenida Antônio Carlos. A empresa ainda oferece serviço de transporte de pequenas mercadorias. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que a empresa não tem autorização para fazer o transporte intermunicipal.

A Prefeitura de Belo Horizonte alega que a CVA não tem alvará para funcionar como rodoviária e promete acionar a PM e a BHTrans. “As pessoas usam os ônibus clandestinos para economizar, mas se arriscam em veículos conduzidos por pessoas sem preparo”, alerta o advogado Enir Lemos, especialista em transporte.

Na sede da CVA, nenhum representante foi encontrado para comentar as denúncias. Uma funcionária, que não quis se identificar, disse que a empresa tem liminar da Justiça para transportar passageiros.
 
Saiba mais para o transporte clandestino na http://177.71.188.173/clientes/hojeemdia/assinantes/index.php

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