Cerca de 3 mil pessoas, a maioria mulheres de diferentes idades e classes sociais, se uniram neste sábado (24) para incentivar vítimas e testemunhas de violência doméstica a denunciar os agressores.

A caminhada “Rompendo o Silêncio” aconteceu em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com faixas de protesto  e rosas nas mãos, as mulheres partiram da avenida João César de Oliveira, no Eldorado, rumo à Praça Iria Diniz. No trajeto, convidavam moradores a assistir uma palestra sobre o tema, ministrada pela juíza da 2ª Vara Criminal do município, Angelique Ribeiro.

“A caminhada é um marco. A partir dela, damos início ao projeto Raabe no Estado, para acolher as vítimas de violência no âmbito familiar”, afirma a coordenadora da iniciativa em Minas, Shirley Abramo. A passeata também foi realizada nos outros 26 estados brasileiros.

Conforto

Mais do que oferecer suporte  emocional, o projeto Raabe contará com advogados, assistentes sociais e psicólogos para prestar assistência  às mulheres que sofrem esse tipo de agressão.

“Nos telefones 8872 9100 e 7542 9484 e pelo e-mail raabeminas@gmail.com, quem enfrenta esse problema pode encontrar ajuda”, diz Shirley. Reuniões mensais serão realizadas na avenida João César de Oliveira, 1.400.

A caminhada  teve significado especial para a diarista Helena Nascimento que, há 30 anos, foi vítima de violência dentro de casa. “As primeiras agressões eram verbais, mas depois meu ex-marido tentou me queimar”. Sozinha, ela lutou por muito tempo até superar o trauma. “Só quem passou por isso sabe a falta que um ombro amigo faz”.

Para o deputado estadual Gilberto Abramo (PRB), os homens também têm participação nessa luta. “Defender o direito das mulheres é um papel nosso. Precisamos ser exemplo para os demais”.

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