Principal obra de mobilidade em Belo Horizonte para a Copa do Mundo 2014, ao custo de R$ 713 milhões, o BRT/Move da avenida Antônio Carlos não será a única opção para que os torcedores cheguem ao Mineirão. Temendo que manifestantes fechem o corredor viário, impedindo a circulação das linhas rápidas, a BHTrans prepara um esquema com mais 400 ônibus convencionais que seguirão por outras vias da capital.
A empresa divulgará nos próximos dias o plano de mobilidade do Mundial, a ser utilizado nos seis dias de jogos em BH. A expectativa é a de que os coletivos comuns sigam pelas avenidas Carlos Luz (Catalão), Portugal e Cristiano Machado, dentre outras rotas alternativas.
Um serviço será complementar ao outro, ou seja, mesmo se não houver imprevistos, o torcedor poderá optar pelo Move ou pelas linhas comuns.
Experiência
Durante a Copa das Confederações, a avenida Antônio Carlos foi fechada por manifestantes.
Na esquina com a avenida Abrahão Caram, próximo às estações UFMG e Mineirão do Move, ocorreram os maiores conflitos entre participantes dos protestos e policiais. Lá, dois jovens morreram após cair de um viaduto.
O plano com ônibus convencionais que a BHTrans irá apresentar tem como base o que foi colocado em prática durante o evento esportivo do ano passado. Na época, a estratégia foi adotada não por causa de manifestações, mas porque o BRT/Move não estava pronto.
Durante o torneio preparatório, há um ano, 300 coletivos transportaram 59.240 torcedores em três dias de partidas no Gigante da Pampulha.
Os últimos ajustes do plano de mobilidade estão sendo finalizados e a BHTrans, junto à Secretaria Municipal Extraordinária para a Copa do Mundo, deve divulgá-lo com as rotas exatas, intervalos entre viagens, horário de funcionamento, valor das tarifas, etc.
Boa avaliação
A Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU) realizou um estudo durante a Copa das Confederações 2013, em que apontou como “bom” o desempenho do sistema adotado pela BHTrans para facilitar o acesso aos torcedores no Mineirão.
À época, a NTU avaliou que o “transporte público foi suficiente para atender à demanda”. Além disso, destacou como risco para o transporte de passageiros durante a Copa do Mundo a não conclusão a tempo do sistema de BRT.
No ano passado, os torcedores puderam utilizar os coletivos a partir de terminais na Savassi, no Centro, no bairro Santa Efigênia, no Barreiro, no Minas Shopping e no Aeroporto Internacional de Confins.
O desembarque ou embarque no entorno do Mineirão ocorreu nas avenidas Coronel Dias Bicalho, na UFMG e em ruas próximas à Igreja de São Francisco de Assis.