Samarco é multada em R$ 250 milhões por rompimento de barragens

Hoje em Dia
12/11/2015 às 16:44.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:27
 (LEONARDO MORAIS/HOJE EM DIA)

(LEONARDO MORAIS/HOJE EM DIA)

Depois de sobrevoar Mariana e o Rio Doce, a presidente Dilma Roussef (PT) afirmou nesta quinta-feira (12) em Governador Valadares, no Leste do Estado, que a Samarco está sendo responsabilizada pela tragédia e já foi multada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo a presidente, como várias legislações foram descumpridas, a primeira multa aplicada, embora seja preliminar, já soma R$ 250 milhões e diz respeito aos danos ao meio ambiente e poluição de rios, em especial o comprometimento da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.

Na relação da multa consta ainda irreguaridades como danos à saúde pública, tornar área urbana ou rural imprópria para ocupação humana e causar polução hídrica que provoca interrupção do abastecimento, como também lançar nos rios resíduos em desacordo com os padrões de qualidade previsto em lei e provocar a emissçao de afluentes ou o carreamento de materiais que provoquem danos a coletividade.

Ainda segundo a presidente, a Samarco também poderá ser multada por questões relativas à segurança das barragens de rejeitos, interrupção de atividade que afeta a produção de energia elétrica, dano ao patrimônio público e cultural.

"O que se vê nesse trajeto é algo, que de fato, faz doer o coração. Os seres humanos sempre procuraram construir suas cidades perto dos rios, porque os rios são vida”, completou a presidente, enumerando como perdas provocadas, além das vidas humanas, a do patrimônio como casas e empresas.

A procura de água

A presidente destacou que a prioridade agora é conseguir água e resgatar vítimas da tragédia. “A prioridade aqui (Valadares) é ter água, em Mariana é o resgate de vidas - porque ainda pode ter pessoas submersas naquele mar de lama”, destacou.

A presidente chegou a Governador Valadares às 13 horas acompanhada pelos ministros da Integração Nacional, Gilberto Occhi; do Meio Ambiente IzabellaTeixeira e da Educação, Aloísio Mercadante e também pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

A comitiva foi recebida pela prefeita de Valadares que vai gerenciar o comitê de crise na região, Elisa Costa, e pelo governador do Espírito Santo, Paulo Hantung.

Depois de uma hora de reunião realizada em uma sala do aeroporto, com a participação de representantes das policiais Civil e Militar, Ministério Público, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, a presidente chamou a imprensa para dizer que está empenhada na busca por soluções.

“Estamos aqui com os governadores de Minas Gerais e Espírito Santo empenhados em responsabilizar quem precisa ser responsabilizado, que são as empresas envolvidas”, avisou. Entre as exigências iniciais está a busca por soluções “mais estáveis e perenes”, e depois será pela reconstrução.

Água

A presidente designou uma equipe para ficar em Valadares para ajudar na logística e na busca por novas fontes de captação de água. Entre as alternativas que ela apresentou está a idéia da prefeitura construir uma adutora de engate no rio Suassui Pequeno para trazer água até a cidade. Os municipios pequenos atingidos como Galiléia também deverão ser atendidos, em especial Mariana, onde houve perdas de vidas humanas.

Em Colatina, a presidente pretende ajudar o governador a traçar ações que amenizassem os impactos da lama, se antevendo a sua chegada.

"Nossa ação é de parceria e cooperação para sairmos da crise mais rápido. O Rio Doce e sinômino de vida e não vamos deixar que fique assim, marrom da cor da lama. Faremos o possível e o impossível para que sejamos capazes de recuperá-lo”, disse. Apesar disso, Dilma não falou em prazos.

“O prazo para reestabelecer o abastecimento de água é ontem”, disse a presidente, contando que o problema também é logístico porque não pode colocar seis mil caminhões pipa dentro da cidade. Por isso, uma das ideias é usar vagões dos trens da Vale para trazer água até Valadares.

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