O superintendente de Planejamento, Finanças e Recursos Humanos da Santa Casa de Belo Horizonte, Gonçalo Barbosa, reclama da falta de regularidade nos pagamentos devidos pelos orgãos governamentais à instituição, um dos cem hospitais filantrópicos do país que deflagraram hoje o ‘Dia D em Defesa da Saúde’. "O atraso nos repasses dificulta a compra de remédios e o pagamento de fornecedores", afirma.
Barbosa explicou que, em média, o governo federal demora três meses para fazer os pagamentos por atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS); já a Prefeitura de Belo Horizonte atrasa de 40 a 60 dias para fazer os repasses à Santa Casa. "O governo do Estado, é preciso que se diga, está pondo os pagamentos em dia", destacou.
A ação é a primeira etapa da campanha ‘Acesso à Saúde - Meu Direito é um Dever do Governo’ proposta pelo Movimento Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos no SUS. Durante o dia, a Santa Casa BH promoverá atividades de conscientização para funcionários, pacientes, acompanhantes e visitantes. Às 14h, no Salão Nobre, haverá palestras e apresentações, além de distribuição de peças gráficas sobre a campanha. No
dia 13 de julho, haverá nova manifestação, em âmbito estadual, e no dia 4 de agosto as manifestações ocorrerão em Brasília.
Ele afirmou que essa situação levou ao fechamento de vários hospitais filantrópicos, entre eles os de Ouro Preto e Sabará, porque os valores são insuficientes para manter o funcionamento e chegam com muito atraso. "O dinheiro recebido dos órgãos governamentais não custeiam todos os gastos dos filantrópicos, que são responsáveis por 69% dos atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o Datasus".
A Santa Casa de Belo Horizonte atende 40% do SUS no Estado, realizando mais de 40 mil internações por ano e 4 milhões de exames e consultas. "Não defendo o aumento da tabela do SUS, embora esteja defasada, porque teve somente 94% de correção desde o começo do Plano Real", disse o superientendente da Santa Casa de BH. Ele explica que 46% dos recursos públicos que a Santa Casa de BH recebe são provenientes da tabela do SUS e
o restante é de incentivos, uma forma de premiar a produtividade e o atendimento feito pela rede de urgência. O SUS representa 100% dos atendimentos na instituição, que tem mais de 1 mil leitos.