Seca provoca situação de emergência em 151 municípios de Minas

Cinthya Oliveira
coliveira@hojeemdia.com.br
Publicado em 25/07/2017 às 17:16.Atualizado em 15/11/2021 às 09:44.

O Ministério da Integração Nacional reconheceu nesta terça-feira (25) a situação de emergência, por causa da seca, de 151 municípios de Minas Gerais, localizados nas regiões Norte, Noroeste e nos vales do Mucuri e Jequitinhonha. A partir do reconhecimento, as prefeituras poderão solicitar o apoio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) para ações de assistência à população e restabelecimento de serviços essenciais.

Segundo o diretor regional da Associação dos Municípios Mineiros (AMM) no Norte de Minas, José Barbosa Filho, a situação das cidades localizadas nas regiões de clima semiárido é a mais grave. “Quase todos os rios secaram e estamos pedindo socorro para os governos estadual e federal para vencermos essa seca”, afirma Barbosa Filho, que também é prefeito de Catuti, cidade localizada próxima à divisa com o Estado da Bahia.

As principais demandas dos prefeitos das cidades atingidas são condições para perfurar mais poços artesianos, caminhões pipa que possam abastecer melhor os moradores da zona rural e distribuição de cestas básicas para minimizar o problema de quem não consegue produzir ou trabalhar. “Em Catuti, o Exército entrega, por semana, 20 litros de água por habitante. As pessoas têm que andar cerca de 500 metros para conseguir pegar água”, afirma.

Barbosa Filho diz ainda que a seca vem se agravando nos últimos seis anos, mas chegou ao seu auge no ano de 2017. “Até mesmo os municípios maiores da região, como Montes Claros, estão passando por rodizío de água”.

Para obter apoio material e financeiro do Ministério da Integração Nacional para ações emergenciais, os municípios devem apresentar um relatório com diagnóstico dos danos e o Plano Detalhado de Resposta (PDR). Após análise, o Ministério define o valor do recurso a ser disponibilizado.

Sem previsão de chuva

As regiões localizadas ao norte de Minas costumam ter índices pluviométricos já baixos, especialmente naquelas onde o clima semiárido é predominante. Mas nos dois últimos anos, o volume de chuvas ficou ainda menor devido à influência do fenômeno climático El Niño, de acordo com o metereologista Heriberto dos Anjos, do instituto TempoClima PUC Minas.

“Estivemos sob influência do El Niño nos dois últimos anos e esse fenômeno provoca secas severas na região Nordeste e chuvas abundantes no Sul do país. A seca é válida também para o Norte de Minas, que é uma região semiárida”, afirma o metereologista.

Como o El Niño está neutro este ano, a perspectiva é de temperaturas mais amenas durante a primavera. Até outubro, as chances de chuvas nas regiões ao norte do Estado são muito pequenas, mas pode chover de forma mais satisfatória a partir de novembro, dessa vez sem a interferência do fenômeno climático.

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