Pacientes no corredor

Secretário nega que ‘sobrecarga’ no HPS tenha relação com fechamento do bloco do Maria Amélia Lins

Deputados estaduais visitaram João XXIII na segunda-feira (17)

Bernardo Haddad
@_bezao
Publicado em 18/03/2025 às 14:56.Atualizado em 18/03/2025 às 20:00.
Fábio Baccheretti, secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (Maurício Vieira/ Hoje em Dia)
Fábio Baccheretti, secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (Maurício Vieira/ Hoje em Dia)

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, rebateu nesta terça-feira (18) as críticas sobre pacientes aguardando há dias por cirurgias ortopédicas nos corredores do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, em Belo Horizonte. Segundo ele, a situação não tem relação com o fechamento repentino do bloco cirúrgico do hospital Maria Amélia Lins.

Baccheretti falou sobre o assunto um dia após deputados estaduais da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitarem o HPS. Os parlamentares atribuíram a “sobrecarga” à interrupção dos procedimentos no HMAL.

“O papel da Assembleia é exatamente esse, fiscalizar. Mas se eles tivessem ido no João XXIII antes iriam encontrar o hospital ainda mais cheio. O plano de capacidade plena ainda está nos níveis iniciais e estamos até melhores do que antes do fechamento do bloco do hospital Maria Amélia Lins”, disse o secretário.

Segundo Baccheretti, o número de cirurgias realizadas no João XXIII é “maior do que a soma” das operações feitas no HPS e no HMAL no ano passado. “As cirurgias de urgência estão sendo feitas mais rapidamente, o paciente está ficando menos tempo no João XXIII, porque estamos conseguindo operar no primeiro tempo mais vezes”.

A ideia é que o HMAL seja entregue a um consórcio público de saúde ou a entidades sem fins lucrativos, com a cessão gratuita do imóvel e a doação dos equipamentos hospitalares. O bloco cirúrgico da unidade está fechado desde dezembro. 

“Fazíamos 900 cirurgias eletivas por mês. Hoje, fazemos 1.100 e vamos fazer mais 500 com o Maria Amélia Lins. Onde está o erro da decisão? Vamos operar 50% a mais. Vamos reduzir o número de cirurgias eletivas na fila, sem tirar direitos dos servidores e nem demitir ninguém. Todos serão absorvidos pela Fhemig”, acrescentou.

Por meio da assessoria de imprensa, a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, reafirmou que o João XXXIII está colapsado, em função do fechamento do bloco cirúrgico e das internações no Hospital Maria Amélia Lins.

"Em especial as cirurgias de urgência estão ficando prejudicadas em função das cirurgias programadas. Há uma grande quantidade de pacientes esperando nos corredores por atendimento. Pessoas que às vezes estão há dois dias em jejum, sem saberem o dia em que vão operar; fraturas expostas com pessoas esperando há 15 dias pela cirurgia, sem ainda perspectiva de quando vão operar".

Segundo ela, quando a visita dos parlamentares ocorreu, o hospital estava no limite máximo de sua capacidade. "E isso porque não havia nenhum fato atípico, nenhum grande acidente em Belo Horizonte". Conforme Bella Gonçalves, o assunto será debatido nesta quarta-feira (19) na ALMG. 

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