Segundo idioma: Beabá em inglês na rede pública em Minas

Gabriela Sales - Hoje em Dia
28/03/2014 às 06:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:48
 (Hoje em Dia)

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Ensinar o segundo idioma de forma lúdica, estimulando o conhecimento sobre outra cultura. A prática, bastante utilizada em escolas privadas, ganha espaço na rede municipal de ensino em Montes Claros, onde alunos das primeiras séries da educação básica são alfabetizados também em inglês. 

A disciplina, obrigatória do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, entrou no planejamento das aulas em 2014 para crianças de seis a dez anos. “Queremos que os alunos tenham a oportunidade de aprender outra língua com qualidade, assim como acontece na rede privada de ensino”, diz a secretária de Educação de Montes Claros, Sueli dos Reis Nobre Ferreira.

Dos 33 mil estudantes das escolas municipais, 11 mil têm contato com o inglês pela primeira vez, segundo a Secretaria de Educação de Montes Claros (SME). “Nossa preocupação é a de que a disciplina desperte o interesse das crianças para que, no futuro, a aprendizagem seja ainda melhor”, afirma Viviane Ramos Ribeiro, analista de conteúdo curricular da secretaria.

Antes de ter o inglês como disciplina, Joel David Alves da Silva, de 8 anos, arriscava algumas palavras na língua estrangeira por causa do videogame. “Minha mãe até me deu um dicionário para ajudar, mas sozinho é difícil”, diz.

Três semanas após o começo das aulas, Joel passou a “ensinar” o que aprendeu aos pais e ao irmão. “Ele fica todo animado para fazer as lições. É impressionante a facilidade”, afirma a mãe, Wanda Rocha Alves da Silva.

Músicas e brincadeiras pedagógicas fazem a aprendizagem ir além do quadro negro. “Os alunos assimilam rapidamente porque as aulas são leves e descontraídas”, diz a professora Márcia Andrade.

Para a comerciante Ana Luiza Oliveira, a disciplina será uma aliada para o filho Bernardo, de 8 anos. “Quando estiver na antiga 5ª série do ensino fundamental, ele terá mais facilidade para aprender inglês”.

Facilidade maior para aprender na infância

Não só o inglês desperta a atenção dos pequenos. Nas aulas de judô, as crianças também aprendem a se comunicar em japonês. Dojô, (academia), sensei (professor) e seitô (aluno) são palavras comuns nas artes marciais.

“Eles aprendem a importância do esporte e conhecem um pouco da cultura e dos costumes de outro país”, diz Renata Cristina Assis Batista, diretora da Escola Municipal Alfredo Coutinho. Os 250 alunos da instituição participam de atividades extracurriculares no colégio.

Assimilar as palavras de forma simples e rápida é fácil para as crianças. Segundo a professora de Letras e Relações Internacionais Gleides Nonato, da Faculdade Newton Paiva, quanto mais novo o aluno, melhor é a aprendizagem. “Até os dez anos, a criança está muito mais disposta a assimilar as coisas e isso favorece muito o intelecto e o aprendizado”.

COM PRAZER

Para a educadora, a nova língua deve ser trabalhada de forma prazerosa, para que o aluno não crie traumas que levem a dificuldades futuras.

“Como são crianças em formação, é preciso que tudo seja mais leve e descontraído”, diz Gleides.

Um dos estudantes mais ativos da turma, Luiz Felipe Dias Fernandes, de 8 anos, diz que a melhor parte do dia são as aulas de inglês e judô.

“Gosto de fazer os exercícios e as aulas com a professora de inglês são mais animadas”, afirma.
 

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