JUIZ DE FORA – Voluntários são a aposta da Prefeitura para reforçar o controle do trânsito nos pontos de travessia de estudantes em frente aos colégios. A partir da próxima segunda-feira, pelo menos dez pessoas passarão a fazer parte do Projeto Monitores de Travessia, desenvolvido pela Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) em parceria com escolas e Organizações Não Governamentais (ONGs), desde 2007.
Para especialistas, a proposta é eficaz. No entanto evidencia a fragilidade do sistema de trânsito de Juiz de Fora. Como o setor é municipalizado, a cidade tem 70 agentes para a fiscalização e controle do tráfego. De acordo com as regras do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a cidade deveria ter pelo menos 200 profissionais, o equivalente a um fiscal para cada mil veículos registrados. “Eles deveriam garantir que as regras de trânsito sejam respeitadas. Mas são insuficientes. O que se percebe é uma fiscalização comprometida”, avalia o engenheiro de trânsito Luiz Antônio Moreira.
Monitores
A falta de profissionais deixa descoberto todos os pontos de travessia da rede de ensino. Poucas escolas particulares e estaduais, na região central, contam com agentes. São áreas onde o fluxo de veículos é maior, e o risco de acidentes se torna mais evidente.
De acordo com os números da Settra, no ano passado, 19 pessoas com idades entre 7 e 17 anos, a idade escolar, se tornaram vítimas graves do trânsito, três a mais do que o mesmo período de 2011. Se a faixa etária for ampliada para até 18 anos, as estatísticas apontariam mais duas mortes.
Como não há previsão de ampliação para o setor, a prefeitura tem investido na busca de parceiros para implementar o projeto. A Settra oferece treinamento, colete e apito, e os pontos monitorados recebem reforço na sinalização. “Notamos que o comportamento do motorista, com a presença dos monitores, passa a ser mais respeitosa”, avalia a supervisora de Educação para o Trânsito da secretaria, Renata Vianna.