Serra do Cipó ‘arde’ em chamas e é fechada para turistas

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
11/10/2012 às 06:55.
Atualizado em 22/11/2021 às 02:00

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Conhecido pelas belezas naturais e frequentado por turistas de todo o país, o Parque Nacional da Serra do Cipó, na região central de Minas, está fechado para visitas por tempo indeterminado. O motivo é o pior incêndio dos últimos 20 anos na unidade, responsável pela destruição de mais de 15% da área. A paisagem exuberante foi tingida de preto e cinza, consequência das chamas que persistem desde a última sexta-feira.

A suspeita é a de que a origem do fogo seja criminosa. O incêndio teria sido causado por alguém que conhece bem a região e sabia o que estava fazendo.

“Não se trata de colocar fogo para renovar a pastagem. Quem fez isso tinha noção do prejuízo que iria causar. Estamos diante da ação de um incendiário”, diz o analista ambiental Paulo Sérgio Avelar, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, responsável pelo parque. Apesar da certeza de que não foi um acidente, a apuração dos fatos será dificultada pela falta de testemunhas e provas.

Mais de 40 pessoas, entre brigadistas, bombeiros e voluntários, trabalham dia e noite para combater as chamas. Eles contam com quatro airtractors, aviões para jogar água nos focos, e um helicóptero para transporte de mantimento e pessoas.

SEM DESCANSO

O difícil acesso a algumas áreas e a vegetação alta complicam a ação, e o fogo ainda se espalha pelo parque. Os locais mais críticos ficam na encosta da serra da Caetana e no alto da serra dos Bandeirinhas.

A equipe do Hoje em Dia acompanhou por mais de cinco horas o trabalho de combate às chamas. Os poucos momentos de pausa são para beber água e repor as energias. “Todos os anos, atuamos para conter estragos como esse. Mas as pessoas não têm consciência do mal que fazem. É muito triste ver toda essa beleza indo embora”, diz Tiago Souza, chefe de brigada do parque.

“A área atingida agora era de mata ciliar e cerrado e estava em franca recuperação após ser queimada, há 8 anos. Perdemos tudo, mais uma vez”, lamenta Avelar. Animais também sofrem com o incêndio. Cobras, pássaros, roedores e insetos fogem à procura de abrigo.

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