MEIO AMBIENTE

Serra do Espinhaço pode perder título de 'Reserva da Biosfera' por imbróglio na Serra do Curral

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hojeemdia.com.br
06/12/2022 às 21:38.
Atualizado em 06/12/2022 às 21:51

Foi lançado nesta terça-feira (6) o alerta patrimonial global que pode levar à perda do título de "Reserva da Biosfera" da Serra do Espinhaço. Essa iniciativa é do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

De acordo com Leonardo Castriota, vice-presidente do Icomos Internacional, o objetivo do alerta é denunciar internacionalmente o que vem acontecendo na Serra do Curral e "este será o primeiro bem brasileiro alvo de denúncia mundial”.

"Ele só é lançado depois que se tenta uma mediação com as autoridades, agentes envolvidos, comunidade e comissão de especialistas. No caso de as recomendações não serem seguidas, como foi o caso da Serra do Curral, é lançado o alerta", explicou. 

Segundo Castriota, uma das recomendações não atendidas foi o tombamento permanente da serra, por parte do Governo de Minas, até agosto deste ano.

"Houve um incêndio criminoso e o Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) não pôde se reunir para falar sobre o tombamento por causa de uma decisão judicial. Por tudo isso, consideramos que a serra está em perigo e o alerta se justifica", disse o representante do Icomos.

Outro aspecto apontado por ele é o risco de desabastecimento hídrico de Belo Horizonte. "Os estudos mostraram que a mineração vai impactar o aquífero que aqui existe e pode impactar a adutora que traz água para BH", alertou.

O documento técnico produzido pelo Icomos-Brasil, sob coordenação do professor Rafael Winter, geógrafo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será traduzido para o inglês, francês e espanhol para ser divulgado no mundo inteiro.

"Também enviaremos cartas para as autoridades responsáveis, como o governo braileiro, estadual e as autoridades dos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará", afirmou Leonardo Castriota.

A reportagem do Hoje em Dia procurou o Governo de Minas e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas ainda não obteve retorno.

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por