Quem visita a pequena cidade do Serro, incrustada na região Central do Estado, pode até não imaginar, mas por aquelas ruazinhas de calçamento antigo e frágil passou parte importante da história de Minas Gerais. Ao longo dos anos, porém, junto com a modernidade inerente ao desenvolvimento econômico, chegam mais pessoas, mais carros e, claro, mais trânsito. Por ali, no entanto, não há com o que se preocupar. Para garantir que o Centro Histórico do município mantenha suas características originais preservadas, um anel viário está sendo construído.

O objetivo da obra, firmada por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público Estadual, a Prefeitura, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a empresa Anglo American, é limitar o tráfego de veículos pesados nas áreas protegidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“O tráfego de veículos é prejudicial ao patrimônio, seja porque pode causar ou potencializar algum dano estrutural ao bem, seja pela própria poluição visual e também ambiental que provoca”, explica a superintendente do Iphan em Minas, Michele Arroyo.

A execução das obras, iniciadas no mês passado, ficará a cargo da Anglo American, que explora minério de ferro na região e que, por isso, é responsável pelo aumento expressivo do fluxo de veículos pesados na cidade. “À Prefeitura caberá a fiscalização e a s desapropriações necessárias para a realização da obra”, explica o procurador jurídico do Serro, Paulo Matheus Simões.

O secretário de Turismo e Cultura do município, Pedro Farnezi Neto, diz que a obra é um importante passo para garantir que a história do Serro seja mantida. “Nossa cidade é hoje uma importante rota de passagem. A alteração do trânsito, desviado do Centro Histórico, é de fundamental importância para garantir que ao Serro sejam asseguradas as características originais, do século passado”.

Os custos com compra de terra e indenizações serão assumidos pela Anglo American.

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